Revista Inovação FAPEMA

Conexão entre saúde e tecnologia: pulseira inteligente monitora sinais vitais

Renata Almenè Meneses

Graduada em Design, pesquisadora em Neurodesign. e pós-graduada em UX . Fundadora da Azo Startup, incubada pelo Supera Parque, em Ribeirão Preto, gerenciando time de software e hardware. É Product Designer Jr na Try Consultoria Atuou em comunicação e publicidade e, em 2018, ganhou troféu destaque do ano, em São Paulo, com projeto no catálogo de Jovens Designers. Vencedora do concurso, em 2016, para escolha do logotipo do Instituto Educacional de Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA).

Uma conexão entre necessidade, intuição, conhecimento e tecnologia. Essa foi a base que motivou o desenvolvimento da AZO, uma startup que está criando uma plataforma de monitoramento remoto, capaz de aferir sinais vitais de forma sensível e rastrear sinais fora dos padrões saudáveis, gerando relatórios contínuos e automáticos.

A necessidade nasceu após a própria idealizadora da empresa emergente, a designer gráfico Renata Meneses, vivenciar uma situação no âmbito familiar. “Tudo começou com um ocorrido dentro da minha família, um AVC que meu pai teve e, a partir disso, descobriu que tinha vários problemas cardíacos ainda não identificados. Ele estava sozinho em casa, teve a paralisação de um dos lados e, por sorte, permaneceu acordado e conseguiu ligar para mim e minha mãe. Só assim conseguimos saber o que estava ocorrendo e correr para socorrer. Desde então fiquei pensando se ele tivesse desacordado e em quais consequências poderiam ter ocorrido. E comecei a ruminar essa ideia de monitorá-lo”, disse Meneses.

A intuição para desenvolver um programa de monitoramento começou a ganhar forças e, no meio do percurso, Renata encontrou outra mente que estava inquieta pelo mesmo motivo que a dela. Maurício Pessoa, desenvolvedor software e consultor, tinha passado por algo semelhante com a sua avó e estava desenvolvendo um projeto de monitoramento de quedas.“Nos unimos e começamos a elaborar essa ideia no fim de 2018 e, em 2019, fundei a Azo. Na ocasião Maurício não participou da fundação, mas hoje atua como consultor da startup”, disse Renata. Ela frisou, ainda, que, no processo de formação da Azo, contou com a imensa ajuda de membros que já não integram a equipe. “Foram pessoas que deram uma contribuição enorme e que hoje ainda ajudam indiretamente o projeto, tal como Pedro Mirante”, ressaltou.

O conhecimento gerado por uma equipe multidisciplinar foi o terceiro passo para a AZO ser gerada. Além de Maurício, a designer se uniu ao engenheiro Cristian Monteiro e ao médico Joaquim Lobato para construírem um projeto cujo objetivo é facilitar e otimizar os modelos de entrega de informações médicas, que contempla coleta automática de sinais vitais. A intenção era de aproximar planos de saúde e seus beneficiários para tornarem a relação entre eles mais próxima, a fim de prever doenças em vez de tratar quando elas já estão totalmente instaladas.

A tecnologia presente foi muito além de uso de aplicativos em celulares. Eles propuseram uso de wearables, que em tradução livre significa “dispositivos vestíveis”. São tecnologias que se apresentam na forma de dispositivos iguais ou similares a peças de roupa ou equipamentos vestíveis, tais como relógios, pulseiras ou até mesmo óculos de realidade virtual.

“Em 2019, esse monitoramento ainda não havia sido popularizado no Brasil e ouvíamos falar apenas em grandes marcas fazendo isso, tais como Apple. Com o advento da pandemia essa prática foi se tornando mais popular e todas as startups que abordavam esse tema receberam mais atenção”, pontuou Renata.

A conexão entre necessidade, intuição, conhecimento e tecnologia originou um produto inovador, que tem um grande potencial de geração de valor à sociedade. “Hoje, a gente busca fortificar e estabelecer esse elo entre a empresa de saúde e o seu cliente, que ainda é muito distante. Sendo assim não apenas o cliente se tornará consciente das evoluções dos seus quadros problemáticos como também poderá evitá-los”, sublinhou a designer. “Estamos de acordo com a agenda ONU 3.4, em que o foco é evitar morbidades, em vez de remediá-las, e acreditamos que conectar as pessoas envolvidas no processo da saúde é fundamental para o êxito nos cuidados”, complementou.

O produto

O produto que a AZO está desenvolvendo é uma Smartband (pulseira inteligente), integrada a uma plataforma de monitoramento remoto, que é um produto muito prático e, principalmente, enxuto. A pulseira inteligente oferece maior autonomia ao paciente, já que centraliza diversas aferições, contínuas e automatizadas, de 5 tipos de sinais vitais: frequência respiratória, frequência cardíaca, oximetria de pulso, temperatura corporal e pressão arterial.

A smartband já passou pelo processo de validação (testagem) e, nesse primeiro semestre, está recebendo melhorias na sua programação. A pulseira inteligente deverá estar disponível para venda até o final de 2021.

Elo com a FAPEMA

A startup AZO tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) desde 2019. O projeto referente à plataforma de monitoramento remoto de pacientes foi aprovado por meio do edital “Startups- Fase 2 (incubação)”.

Para a fundadora da empresa, a FAPEMA tem sido fundamental para as fases de prototipação e validação do produto e do serviço. “Não apenas no âmbito financeiro, mas além! O apoio do programa Inova Maranhão ajudou a lidar melhor com a configuração do serviço e da cultura do time”, concluiu.

Hoje a Azo está incubada no Supera Parque, em Ribeirão Preto (SP).

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