Revista Inovação FAPEMA

Pesquisadora maranhense desenvolve fórmula medicinal a base de ameixa do mato

A pesquisa inédita com a ameixa do mato, na região de Santa Inês, foi vencedora do Prêmio Fapema 2021 na categoria inovação tecnológica. 

O tratamento reduz a glicemia e a concentração de alfa amilase e beta amilase, enzimas importantes no metabolismo de carboidratos

Rosane Nassar Meireles Guerra Liberio

 

Doutora em Imunologia pela Universidade de São Paulo. Mestra em Patologia Experimental pela Universidade Federal Fluminense, com graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Santa Úrsula. 

É professora titular da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

 Atua nas áreas de imunologia e biotecnologia, com enfoque no estudo dos efeitos de produtos naturais no sistema imune.

A doutora em imunologia e professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Rosane Guerra, realizou pesquisa inovadora que resultou na patente “Fitoterápico Anti-Hiperglicêmica ou hipoglicemiante obtido a partir da Ximenia americana L. e seu uso” como atividade antimicrobiana e cicatricial em animais diabéticos. A pesquisa inédita, com a ameixa do mato, na região de Santa Inês, concorreu ao Prêmio Fapema 2021: Mulheres Cientistas do Maranhão e foi a vencedora na categoria inovação tecnológica. 

De acordo com Rosane Guerra, o estudo surgiu a partir de dados etnobotânicos que apontavam o largo uso da planta para tratar feridas diabéticas. Para que o desenvolvimento fosse possível foi necessário induzir o diabetes em camundongos usando frutose e estreptozotocina e, em seguida, fazer uma lesão no dorso e a infectá-los. “Observamos que, além de controlar a infecção e melhorar a cicatrização, o tratamento também reduziu a glicemia e a concentração de alfa amilase e beta amilase, enzimas importantes no metabolismo de carbohidratos”, comentou a pesquisadora.

Rosane Guerra lembrou que o estudo vem sendo desenvolvido há 5 anos e ainda está em andamento. “Atualmente o estudo segue com a investigação de ação anti-Candida, tema de uma dissertação de mestrado que estou orientando”, disse a pesquisadora. Segundo ela, com o estudo foi possível obter formulações para, simultaneamente, tratar, feridas e reduzir a glicemia de pacientes diabéticos.

Candida normalmente está presente no aparelho digestivo, na pele e na região genital das mulheres, sem causar problemas. Entretanto, os fungos podem causar infecções, de forma mais comum, em pessoas que apresentam diabetes, câncer ou AIDS e nas mulheres grávidas.

A pesquisadora relatou que tem pretensão de participar de todos os editais da Fapema que forem relacionados a sua área de atuação. “Estamos aguardando uma nova edição do edital IECT Biotecnologia”, pontuou Rosane Guerra.

“O apoio da FAPEMA é essencial, pois sem ele não teríamos como formar cientistas no nosso estado. Não poderíamos produzir inovações. Os investimentos em pesquisa básica são fundamentais para o desenvolvimento de protótipos como o que foi alvo do nosso estudo. Também são importantes para dar subsídios à pesquisa aplicada”, finalizou.

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