Revista Inovação FAPEMA

Maranhão se torna referência nacional em pesquisas sobre energias oceânicas.

O aporte de recursos da FAPEMA é de aproximadamente R$ 3,5 milhões

Osvaldo Ronald Saavedra

Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas, é professor titular na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Membro fundador do programa de Pós-Graduação em Engenharia de Eletricidade da UFMA, liderou a fundação do Instituto de Energia Elétrica na UFMA (IEE), reconhecido como centro de excelência em energias renováveis. Foi membro de duas comissões de avaliação Trienal CAPES Engenharia IV e, por duas ocasiões, integrou a comissão de avaliação Prêmio CAPES de Tese. É autor/coautor de mais de 200 artigos publicados. Entre 2011 e 2014 foi secretário adjunto de Ciência e Tecnologia do Maranhão. Eleito membro titular do Comitê Assessor em Engenharia Elétrica do CNPq (2016/2018), foi diretor-presidente da Sociedade Brasileira de Automática (2017/2018). Coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Energias Oceânicas e fluviais – INEOF. Atua, preferencialmente, nos temas de energias renováveis e microrredes inteligentes.

No Brasil, os indicadores de crescimento da demanda e as dificuldades ambientais para construir novas usinas hidrelétricas estão levando ao aumento da participação dos combustíveis fósseis na geração de energia elétrica. A informação é do professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA)¸ Osvaldo Ronald Saavedra Mendez. Para o professor, que é doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas, isso insere o país na contramão das tendências mundiais.

O setor energético brasileiro tem concentrado seu interesse no petróleo, gás, hidroeletricidade de grande porte e recentemente, de forma ainda tímida, em energia eólica. “Essa visão se conflita com os enormes esforços e investimentos realizados na Europa para desenvolver técnicas para extrair energia dos oceanos e de rios com pequenas quedas”, afirma Osvaldo Saavedra. “No exterior também são alvo de pesquisas os potenciais remanescentes de bacias hidrográficas já exploradas, de
potenciais hidrocinéticos e de sistemas não convencionais para geração de hidroeletricidade”, complementou.

De acordo com Osvaldo, que é graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Católica Del Norte do Chile, os investimentos de pesquisa em energias oceânicas e fluviais nos últimos anos tem sido irrelevantes no Brasil, desestimulando a formação de recursos humanos e as atividades de pesquisa nas universidades. “Pouco se conhece do potencial oceânico no Brasil e a pouca informação disponível está em estudos globais realizados do exterior”, pontuou.

Ocorre que o estado do Maranhão está inserido numa região onde convergem várias formas de energias renováveis, com uma vocação natural para as oceânicas. De acordo com o pesquisador, todo o litoral norte brasileiro possui elevados indicadores de potencial energético oceânico. “São gradientes e correntes de maré, parque eólico off- shore, ondas que podem gerar 57 gigawatt e maremotriz com potencial de 27 gigawatt”, afirma.

Esse potencial, entretanto, encontra-se inexplorado. Só na Baía de São Marcos, por exemplo, segundo Saavedra, o potencial teórico estimado de densidade energética encontra-se no intervalo entre 9.2 e 11.2 megawatt-horas (MWh) por metro quadrado.

Rede de pesquisa internacional

É nesse contexto que se constituiu, há quatro anos, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Energias Oceânicas e Fluviais (INEOF). A rede de pesquisas em energias oceânicas é liderada pela UFMA e integrada, ainda, pelas universidades federais do Pará (UFPA), Santa Catarina (UFSC), Rio de Janeiro (UFRJ) e Itajubá, em Minas Gerais (UNIFEI).

“A essência do INEOF é a multidisciplinariedade”, menciona Osvaldo, que coordena o instituto. A equipe de pesquisadores é formada por oceanógrafos, meteorologistas, engenheiros mecânicos, hidráulicos, navais, eletricistas, civil e computação.

Osvaldo Ronald Saavedra

Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas, é professor titular na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Membro fundador do programa
de Pós-Graduação em Engenharia de Eletricidade da UFMA, liderou a fundação do Instituto de Energia Elétrica na UFMA (IEE), reconhecido como centro de excelência
em energias renováveis. Foi membro de duas comissões de avaliação Trienal CAPES
Engenharia IV e, por duas ocasiões, integrou a comissão de avaliação Prêmio CAPES
de Tese. É autor/coautor de mais de 200 artigos publicados. Entre 2011 e 2014 foi
secretário adjunto de Ciência e Tecnologia do Maranhão. Eleito membro titular do
Comitê Assessor em Engenharia Elétrica do CNPq (2016/2018), foi diretor-presidente
da Sociedade Brasileira de Automática (2017/2018). Coordena o Instituto Nacional de
Ciência e Tecnologia em Energias Oceânicas e fluviais – INEOF. Atua,
preferencialmente, nos temas de energias renováveis e microrredes inteligentes.

No Brasil, os indicadores de crescimento da demanda, e as dificuldades ambientais para construir novas usinas hidrelétricas, estão levando ao aumento da participação dos combustíveis fósseis na geração de energia elétrica. A informação é do professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA)¸ Osvaldo Ronald Saavedra Mendez. Para o professor, que é doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas, isso insere o país na contramão das tendências mundiais.

O setor energético brasileiro tem concentrado seu interesse no petróleo, gás, hidroeletricidade de grande porte e recentemente, de forma ainda tímida, em energia eólica. “Essa visão se conflita com os enormes esforços e investimentos realizados na Europa para desenvolver técnicas para extrair energia dos oceanos e de rios com pequenas quedas”, afirma Osvaldo Saavedra. “No exterior também são alvo de pesquisas os potenciais remanescentes de bacias hidrográficas já exploradas, de
potenciais hidrocinéticos e de sistemas não convencionais para geração de hidroeletricidade”, complementou.

De acordo com Osvaldo, que é graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Católica Del Norte do Chile, os investimentos de pesquisa em energias oceânicas e fluviais nos últimos anos tem sido irrelevantes no Brasil, desestimulando a formação de recursos humanos e as atividades de pesquisa nas universidades. “Pouco se conhece do potencial oceânico no Brasil e a pouca informação disponível está em estudos globais realizados do exterior”, pontuou.

 

Ocorre que o estado do Maranhão está inserido numa região onde convergem várias formas de energias renováveis, com uma vocação natural para as oceânicas. De acordo com o pesquisador, todo o litoral norte brasileiro possui elevados indicadores de potencial energético oceânico. “São gradientes e correntes de maré, parque eólico off- shore, ondas que podem gerar 57 gigawatt e maremotriz com potencial de 27 gigawatt”, afirma.

Esse potencial, entretanto, encontra-se inexplorado. Só na Baía de São Marcos, por exemplo, segundo Saavedra, o potencial teórico estimado de densidade energética encontra-se no intervalo entre 9.2 e 11.2 megawatt-horas (MWh) por metro quadrado.

Rede de pesquisa internacional

É nesse contexto que se constituiu, há quatro anos, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Energias Oceânicas e Fluviais (INEOF) – https://portalpadrao.ufma.br/ineof. A rede de pesquisas em energias oceânicas é liderada pela UFMA e integrada, ainda, pelas universidades federais do Pará (UFPA), Santa Catarina (UFSC), Rio de Janeiro (UFRJ) e Itajubá, em Minas Gerais (UNIFEI).

“A essência do INEOF é a multidisciplinariedade”, menciona Osvaldo, que coordena o instituto. A equipe de pesquisadores é formada por oceanógrafos, meteorologistas, engenheiros mecânicos, hidráulicos, navais, eletricistas, civil e computação.

O projeto tem por objetivo aglutinar os poucos grupos de pesquisa existentes no Brasil com trabalhos em energia no mar, fluviais de baixas quedas e hidrocinéticas. “A intenção é deflagrar um processo consistente de colaboração interinstitucional, inclusive com a participação de especialistas internacionais”, justifica Osvaldo. “Com isso, haverá geração de conhecimento, elaboração de protótipos e a formação de recursos humanos em energia oceânicas e fluviais de baixas quedas e hidrocinéticas”, prosseguiu.

O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), por meio do edital FAPEMA nº 035/2017-INCT, com montante de cerca de R$ 3,5 milhões. Há, ainda, um aporte de aproximadamente R$ 3 milhões pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e R$ 645 mil pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), totalizando um montante superior a R$ 7 milhões de reais.
“O apoio de FAPEMA foi corajoso e fundamental para viabilizar o projeto”, afirmou o coordenador do INEOF. “A atual gestão tem investido esforços para viabilizar o pagamento das parcelas do projeto de forma a não impactar no andamento dos trabalhos”, ressaltou.

O projeto conta, ainda, com apoio do setor privado nacional (INESC P&D Brasil) e colaboração de pesquisadores da Índia (Indian Institute of Technology Roorkee), Suíça (Ecole Polytechnique de Lausanne), Dinamarca (Aalborg University), do Reino Unido (Hydro-environmental Research Centre, da Cardiff School of Engineering, Cardiff University), além de integrantes da Rede Ibero-americana em energias oceânicas (Rede REMAR), apoiada pelo Programa Ibero-Americano de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (CYTED) , que incorpora pesquisadores na Espanha, Portugal, México e outros países sul-americanos.

De acordo com Osvaldo Saavedra, equipe INEOF também fez parceria com empresas para viabilizar a elaboração de mapa eólico solar para o Maranhão. “Isso deve ser estendido para o oceano e o projeto já está em andamento”, afirmou. “Logo, no futuro de curto prazo o INEOF continuará a atrair empresas através de projeto pilotos de energias oceânicas que irão demonstrar que projetos de maior envergadura só podem ser financiáveis por empresas do setor de energia”, complementou.

O projeto tem previsão de conclusão em 2023 e, só no ano passado, foram publicados 22 artigos em revistas internacionais. Além disso, já conta com vários estudos em andamento em energia de ondas, como “Dispositivos captadores de energia”, liderado pelo professor Segen Estefen (UFRJ), “Desempenho de conversores de onda”, (Milad Shadman/UFRJ) e “Gerador linear para energia de ondas (Cesar Castelo Branco/UFMA). Na linha de energia hidrocinética, há os estudos “Modelagem e otimização de turbinas hidrocinéticas para baixas velocidades” (Jerson Vaz/UFPA), “Protótipo experimental de geração hidrocinéticas no canal do Boqueirão” (Jerson Vaz/UFPA, Osvaldo Saavedra/UFMA e Pedro Bezerra Neto/UFMA) e ”Caracterização energética da Baia de São Marcos” (Audálio Rabelo/UFMA, Felipe Pimenta/UFSC e Maamar El Robrini/UFPA).

Por conta da pandemia da Covid-19, as atividades de campo foram suspensas desde o ano passado. Também foi afetada a apresentação de artigos em eventos, tendo em vista os cancelamentos – o que levou a uma menor interação interna dos grupos de trabalho.

Benefícios do projeto

A execução do projeto vai contribuir para uma melhor compreensão e avaliação do potencial oceânico para geração de energia elétrica e irá desenvolver tecnologia para aproveitamentos energéticos oceânicos que se adequem às características do litoral brasileiro. Além disso, irá fortalecer a matriz de energias renováveis da região, promover a formação de uma cadeia produtiva voltada para energias do mar e de recursos humanos qualificados para atender às novas demandas de energias oceânicas.

“Vamos contribuir para a sinergia do desenvolvimento e inovação técnico-científico em uso de energias oceânicas e fluviais, atendendo às demandas da geração de energia renovável para o país, por meio da estratégia de formação de rede, além de promovermos a transferência desse conhecimento para o setor produtivo, sociedade e o
Governo”, ponderou o coordenador do projeto.

“Além disso, estamos fortalecendo os programas de graduação, mestrado e doutorado pela participação de especialistas visitante, estimulando o intercâmbio com professores da rede e das instituições parceiras do exterior, incentivando a criação de novos cursos no âmbito desse tema”, concluiu Saavedra.

Comitê gestor do INEOF

Nome
Instituição
Dr. Osvaldo Ronald Saavedra Mendez – coordenador
UFMA
Dr. Maamar El-Robrini
UFPA
Dr. Geraldo Lucio Tiago Filho
UNIFEI
Dr. Felipe Mendonça Pimenta
UFSC
Dr. Segen Farid Estefen
UFRJ

Metas do projeto

Agregação de competências:
Criação de redes de pesquisa funcionais:
Visitas de pesquisadores:
Difusão do Conhecimento:

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