Revista Inovação FAPEMA

Intercâmbio internacional estimula crescimento profissional de pesquisadores maranhenses

Nathalee Ribeiro aperfeiçoou protocolos metabólicos no México

Nathalee Liberal Xavier Ribeiro

Farmacêutica-Bioquímica pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Mestra e doutoranda em Ciências da Saúde (UFMA), vinculada ao Laboratório
de Fisiologia Experimental (LEFisio). Durante a graduação foi estudante de
iniciação científica e bolsista PIBIC e no mestrado foi bolsista da Fundação de
Amparo e Pesquisa do Maranhão (FAPEMA).

A Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) tem estimulado o crescimento profissional de professores e pesquisadores maranhenses por meio da linha de ação “Mais Qualificação”. Entre os editais que integram esse eixo está o edital Estágio Internacional, Cidadão do Mundo.

O intercâmbio internacional, fomentado pela Fundação, tem impulsionado pesquisas
como a da doutoranda Nathalee Liberal Xavier Ribeiro, que desenvolve o estudo
“Estágio Avançado em Métodos e Técnicas de Avaliação do Sistema Reprodutivo de
Ratos Machos com Obesidade Induzida por Dieta Rica em Sacarose”. O trabalho, objeto de sua tese de doutorado, investiga o impacto do consumo excessivo de açúcares de adição, em fases especifica do desenvolvimento, sobre a programação metabólica e marcadores epigenéticos de mal prognóstico cardiometabólico.

Nathalee Ribeiro, cujo projeto de doutorado é vinculado ao programa de pós- graduação em Ciências da Saúde, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), é uma das beneficiadas com essa linha de financiamento da FAPEMA. Nathalee participou de estágio internacional no Instituto Nacional de Ciências Médicas y Nutrición Salvador Zubirán, no México, e trouxe em sua bagagem conhecimentos importantes que têm contribuído para o crescimento da sua tese de doutorado em reprodução, onde ela trabalha com programação metabólica.

Foi no Instituto que ela pôde ter acesso a novos protocolos que hoje estão sendo usados em seu estudo aqui no Maranhão. “A minha pesquisa no doutorado é uma pesquisa experimental em que trabalhamos com animais e onde vamos avaliar de que forma uma dieta rica em sacarose, ingerida por mães durante a gestação e lactação vai ter impacto nos filhos”, explica a professora pesquisadora que ministra atualmente a disciplina de Fisiologia Humana no Centro Universitário UNDB, em São Luís.

A professora conta que o estágio possibilitou conhecer algumas técnicas que não eram usadas no laboratório onde ela desenvolve a pesquisa. “Tenho três pontos importante para destacar que o estágio me proporcionou. Primeiro foi em relação ao meu doutorado em que pude aprender protocolos novos, a ter vivência em um laboratório diferente do que estava habituada; também pude estudar mais os conteúdos porque tive tempo para isso”, conta Nathalee Ribeiro. “Fiquei imersa duas semanas no laboratório, participando de experimentos que estavam acontecendo na universidade do México”, prossegue. “Para o doutorado, a partir dessa colaboração, o meu orientador, professor doutor Antônio Marcus de Andrade Paes, junto com o nosso laboratório, publicou artigo voltado para a programação metabólica em parceria com a professora Elena Zambrano, do departamento de Reproducción, do México”, assinala Nathalee.

Ainda como resultado das articulações feitas durante o estágio, foi firmada uma cooperação com a rede de pesquisa Dohad (Development Origins of Heakth and Disease) que é exatamente a linha de pesquisa na qual Nathalee está trabalha, plantando, assim, a semente para que outros alunos tenham oportunidade de ampliar seus conhecimentos sobre o tema. Outro ponto importante foi a colaboração feita com a pesquisadora Helena Sambrando, professora-chefe do Laboratório de Biologia da Reprodução da cidade do México, ligada ao Instituto Nacional de Ciência Médicas e Nutrição.

Incentivo e crescimento

“No que diz respeito ao meu crescimento profissional, percebi que isso incentiva muito os meus alunos, que olham como uma inspiração porque eles pensam que se a professora conseguiu eles também podem conseguir”, conta a doutoranda. “Sou professora de Fisiologia Humana e um dos módulos da minha disciplina é em reprodução – o aparelho reprodutor masculino e feminino – e essas vivências fora da sala de aula são enriquecedoras”, enfatiza.

Ela destacou, ainda, como aspecto importante, o crescimento pessoal adquirido na viagem. “Para mim era um sonho, desde adolescente, participar de um intercâmbio de um estágio internacional”, afirma. “Sempre estive envolvida em pesquisa desde o meu quarto período de graduação participando de projetos e essa experiência foi muito importante, sobretudo para mim que sou de origem humilde e que não teria essa possiblidade financeira”, ressalta. “A FAPEMA me deu essa oportunidade de viver essa experiência crescimento pessoal e profissional”, destaca.

A pesquisadora maranhense em laboratório com a dra. Claudia Vega

A professora conta que aproveitou cada minuto do estágio e se voltou para as pesquisas realizadas no laboratório. “Eu não fiquei voltada somente na experimental, mas também na análise de resultados em humanos”, pontua. Segunda ela, os protocolos usados no seu projeto de doutorado não existem em São Luís. “Eu preciso fazer contagem e viabilidade de espermatozoides e para isso eu preciso fazer a retirada desse material para analisar e a gente não tinha como fazer isso aqui, não tínhamos know how para isso”, lembra. “Durante o estágio aprendemos a fazer esses protocolos e, além disso, a nossa colaboração possibilitou a utilização de outros materiais que não tínhamos aqui, como a coloração especifica nesses espermatozoides, por exemplo, e eles viabilizaram esse produto que faz essa coloração”, conta.

Ela acrescenta que, quando foi para o estágio, o objetivo era apreender um protocolo específico que era essa viabilidade, mas acabou ampliando essas metodologias. “Pude aprender a parte de histologia, de contagem, viabilidade, morfometria, toda aquela parte de gordura”, destaca. “Quem trabalha com síndrome metabólica, com obesidade precisa entender como funcionam os tecidos adiposos, que são as gorduras do animal; é como se fossemos avaliar no humano o índice da massa corpórea – peso, altura, o índice de adiposidade e foi isso que a gente foi aprender”, observa a professora que deve qualificar até qualificar até julho deste ano.

Ela destaca ainda que a área de programação metabólica é relativamente nova se comparada a áreas de estudo como do câncer e do diabetes. “As pesquisas na área metabólica ainda estão engatinhando no que diz respeito a este conhecimento e o estágio possibilitou a formação de vínculos para uma colaboração maior com a Rede Dohad, que é a rede Doradi Latino Americana”, prossegue.

“Então para gente foi muito importante esse estágio e, no que diz respeito às metodologias, é o que estou usando no meu doutorado, tudo que fiz no México eu estou aplicando no meu doutorado, todos os protocolos que a gente foi utilizar lá eu estou fazendo aqui, reproduzindo aqui”, conclui a professora que é bolsista Capes/Fapema.

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