Revista Inovação FAPEMA

FAPEMA FORTALECE A PESQUISA EM CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

A Fapema apoia pesquisas comprometidas com a compreensão e solução de questões sociais relevantes

Frederico Burnett, arquiteto e urbanista (UEMA)
Prêmio Fapema 2010​

“Não é possível ensinar, na
universidade, sem a prática
sistemática da pesquisa”

 

A Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) tem se destacado com seu apoio e incentivo a pesquisadores da área de Ciências Sociais Aplicadas. No decorrer de sua história, essa contribuição se tornou evidente por meio dos avanços em trabalhos comprometidos com a compreensão e solução de questões sociais e econômicas relevantes para o Maranhão, e por reflexo, de impacto nacional.

Os resultados desses estudos não apenas enriqueceram o corpo de conhecimento científico, mas também ofereceram situações práticas para informar políticas públicas e tomadas de decisão em diferentes esferas.

No âmbito da arquitetura, urbanismo, planejamento urbano, intervenção em sítios históricos, preservação de patrimônio e moradia popular, tornou-se referência o professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioespacial e Regional, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Carlos Frederico Lago Burnett.

Vencedor do Prêmio Fapema 2010, na categoria Pesquisador Sênior, foi bolsista Fapema durante o doutorado em Políticas Públicas na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), entre 2005 e 2009. Hoje, desenvolve o projeto “Desenvolvimento e sustentabilidade: a agenda ODS/ONU e o desempenho socioambiental das políticas urbanas e regionais em São Luís/MA – 1970-2020”, com bolsa produtividade da Fundação. O projeto de pesquisa se propõe a contribuir para o debate sobre desenvolvimento sustentável e a qualidade das condições de vida urbana e rural na capital maranhense.

Outro estudo de Burnettt em andamento, e que conta com apoio da Fundação, é “Tradição, Desenvolvimento Sustentável e Tecnologias Sociais: Redes de Conhecimento e Comunicação no Território Quilombola de Saco das Almas, Municípios de Brejo e Buriti, Maranhão”. O projeto tem o objetivo de promover a capacitação tecnológica e a viabilização de acesso a tecnologias de comunicação, informação e cadastramento. Tal ação pretende ampliar o conhecimento, o monitoramento e a preservação das áreas de cultivo, de moradia e os recursos naturais coletivos com a participação ativa das associações de moradores daquele território.

Um dos seus primeiros projetos – “Memória urbana: São Luís moderna e contemporânea” -, iniciado em 2002, com apoio da Fapema, resgatou, em uma década, os eixos determinantes da formação da São Luís moderna e contemporânea e se aprofundou na pesquisa de fatores econômicos, culturais, políticos e históricos, ocorridos durante o século XX. O trabalho propôs a abertura de novos campos de investigação acadêmica e a inserção desse conhecimento nos debates sobre políticas públicas urbanas. O projeto sobre o desenvolvimento da capital foi o primeiro de uma vasta produção, que contabiliza mais de 100, entre pesquisas, artigos, livros e afins, com apoio da Fapema.

“Penso que as pesquisas acadêmicas têm uma estreita relação com o ensino, trazendo, para professores e alunos, novas questões, atualizando, enriquecendo e questionando conhecimentos adquiridos e, muitas vezes, consolidados como algo intocável ou sacralizado. Acredito não ser possível ensinar, na universidade, sem a prática sistemática da pesquisa”, avaliou Burnett.

Em sua trajetória de duas décadas de pesquisa, ele possui uma vasta produção documental para que a sociedade e a academia tenham informações atualizadas e se engajem nas discussões. “A Fapema se destaca, no Brasil, pela continuidade de seus investimentos e, pelo compromisso firmado com as pesquisas científicas e tecnológicas, tornou-se indissociável aos esforços da academia maranhense em construir conhecimentos”, destacou. “A Fapema tem papel decisivo na produção do conhecimento de nossa diversidade e na afirmação de suas escolhas sociais”, acrescentou.

Marcus Ramusyo, comunicólogo (IFMA)
Prêmio Fapema 2012

“A FAPEMA cumpre com
competência a sua tarefa de
impulsionar a ciência, a tecnologia
e a pesquisa no Maranhão”

Jamaica brasileira: do Maranhão para o mundo

Com foco nas transformações da capital maranhense, em suas mais de 30 produções com temáticas na ciência, música, fotografia e multimídia, o professor do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), Marcus Ramusyo Brasil, contou com a FAPEMA em algumas dessas produções. Uma delas é a pesquisa, ‘Reggae, música, cultura e tecnologia em Kingston, Jamaica e São Luís, Brasil: Um estudo comparativo’, que reúne pesquisadores brasileiros e britânicos a uma rede internacional de pesquisa.

O projeto possibilitou a conexão do IFMA com a Universidade de Londres – Goldsmiths e com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

 

 

Como desdobramento desse trabalho, o pesquisador maranhense foi convidado a integrar o projeto Sound Street Technology, que conta com financiamento da European Research Council, para incluir o Maranhão no mapeamento mundial dos sound systems e suas respectivas culturas. Fruto dessa parceria, foi proposto pelo coordenador do programa de Mestrado em Estudos Culturais, da instituição de ensino londrina, Julian Henriques, a tradução, para o idioma inglês, de pesquisas já realizadas por pesquisadores maranhenses sobre reggae, de forma a ampliar o alcance, em âmbito mundial, das pesquisas realizadas sobre esse ritmo no Maranhão.

No estudo ‘História, política e imagem dialética em Maranhão 66 revisitado nas perspectivas das artes, das ciências sociais e da comunicação’, Ramusyo realizou análise sócio-histórica do documentário Maranhão 66 (1966), de Glauber Rocha. A proposta foi fazer uma analogia entre o conceito de história em Walter Benjamin e a vontade de história do cineasta e ícone do Cinema Novo nacional. Em ‘Batuques da Baixada: Bambaê de Caixa e Caroço’, ele realizou pesquisa imagético-musical-cultural-científica sobre a festa maranhense, a fim de promover registro artístico e cultural de forma multimidiática.

Com o trabalho ‘Nave nuvem: Núcleo avançado de excelência de núcleos em visualidades, estéticas e mediações’, que se desenvolve em várias fases, Marcus Ramusyo busca estabelecer intercâmbio entre pesquisadores locais, nacionais e internacionais, para atualizar a discussão acadêmica e proporcionar seu pleno desenvolvimento.

Vencedor do Prêmio FAPEMA de Melhor Tese de Doutorado, em 2012, ele considera que o maior legado da Fundação é a produção de uma política pública de ciência e tecnologia conectada com os pesquisadores de alta performance. “Há focos específicos, como editais para professores da educação básica e profissional, e isso proporciona capilaridade da democratização das políticas, por meio de suas linhas de atuação”, pontuou.

“A Fundação é, sem sombra de dúvidas, uma das mais importantes agências de fomento de pesquisa do estado, que cumpre com competência e competitividade sua tarefa de impulsionar a ciência, a tecnologia e a pesquisa no Maranhão, reverberando seus resultados de forma regional, mas também para o mundo”, destacou Ramusyo.

Márcio Carneiro, jornalista (UFMA)
Prêmio Fapema 2011

“Projetos financiados pela
Fapema há mais de 10 anos nos
permite avançar e vislumbrar
projeção nacional da pesquisa
maranhense”

Pesquisa aplicada em Ciências Sociais

O estudo das interfaces entre comunicação e inovações tecnológicas e seus impactos no ambiente social são o foco das pesquisas do coordenador do Laboratório de Convergência de Mídias (Labcom) e do Programa de Pós-graduação Profissional em Comunicação da UFMA, Márcio Carneiro, que avançam com apoio da Fundação.

O pesquisador, que conquistou o Prêmio Fapema na categoria Inovação Tecnológica (2011), contabiliza divulgação de seus trabalhos em publicações nacionais e internacionais. A pesquisa, “Big Data e Métodos Digitais Protocolo de Análise Textual em Grandes Volumes Usando Inteligência Artificial para Pesquisadores de Humanas e Sociais Aplicadas”, foi publicada na revista Hipertext.net, publicação da Universidade de Pompeu Fabra, em Barcelona, Espanha, de nível ‘A2’, na classificação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

A proposta do trabalho é desenvolver um protocolo de análise para grandes volumes de texto, utilizando recursos de inteligência artificial, aprendizado de máquina e processamento de linguagem natural, voltado a pesquisadores da Comunicação e das áreas de Humanas e Ciências Sociais Aplicadas para poder usá-la quando a matriz principal é a linguagem em grande volume. “Ele trata, basicamente de uma metodologia para estudar e avaliar o desempenho de robôs tipo ChatGpt, ou seja uma ferramenta para que pesquisadores possam operar de forma científica com modelos de geração de linguagem como ChatGpt e outros”, explica Márcio.

Márcio Carneiro foi fonte de reportagem do jornal O “Estadão” que abordou o experimento sobre impacto da inteligência artificial na empregabilidade, demostrando, assim, a necessidade de atualização profissional urgente. O experimento está disponível na internet em https://labcomdigital. wixsite.com/nucleodedados/impactos.

“Toda tecnologia gera efeitos na sociedade e a empregabilidade será impactada pela inteligência artificial”, afirmou Carneiro. “Ela proporciona ganhos de produtividade e os profissionais terão menos tempo para se atualizar em sua área”, prosseguiu. “É preciso repensar, urgentemente, os processos de preparação das pessoas para o mercado de trabalho, sob pena de termos, em breve, um agravamento do desemprego em larga escala”, destacou.

O LABCOM possui um projeto piloto de formação profissional inovadora chamado INOVACOM. “Estamos oferecendo cursos para que os profissionais possam repensar essa questão da sua atualização, como forma de contribuição nesse momento de transição digital”, ressaltou.

“Projetos relacionados a esses temas, que temos realizado no LABCOM, há mais de 10 anos, têm sido financiados pela FAPEMA, consolidando uma parceria que nos permite avançar e vislumbrar projeção nacional da pesquisa maranhense”, finalizou Márcio Carneiro.

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