Revista Inovação FAPEMA

PESQUISAS NA SAÚDE COM APOIO DA FAPEMA

Pesquisas no âmbito da saúde tem impactado as políticas públicas

Maria do Desterro Nascimento,
Médica (UFMA)
Prêmio Fapema 2007, 2015, 2018 e 2021

“Observo o crescimento da Fapema e o cumprimento do seu papel de apoio à ciência, mesmo em momentos de dificuldades”

 

A Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) tem desempenhado papel fundamental no impulso às pesquisas científicas na área de saúde. Apoiando estudos focados em áreas vitais, a instituição possibilita avanços significativos que impactam diretamente na qualidade de vida da população. Doenças oncológicas, Sistema Único de Saúde e avanços gerais na Medicina formatam grande parte das pesquisas realizadas na área.

 

Prevenção e tratamento do câncer

No âmbito das doenças oncológicas, pesquisas apoiadas pela Fapema buscam decifrar os mistérios do câncer para obter soluções mais eficazes para o diagnóstico precoce, tratamento personalizado e, principalmente, a prevenção. Ao longo das últimas duas décadas, avanços notáveis foram conquistados, incluindo terapias-alvo mais específicas, imunoterapias revolucionárias e protocolos de tratamento otimizados. Essas descobertas contribuem para o crescimento das taxas de sobrevivência, proporcionando uma nova esperança para os pacientes.

Maria do Desterro Soares Brandão Nascimento, vencedora do Prêmio Fapema nos anos de 2007 (Mérito Institucional do Curso de Medicina), 2015 (Orientação Jovem Cientista), 2018 (Pesquisador Sênior) e 2021 (Orientação Dissertação de Mestrado), é titular do Departamento de Patologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e tem aprofundado estudos nesse tema. “Foi um interesse que descobri, a partir da minha experiência profissional, que me trouxe a necessidade de aprofundar os dados de uma pesquisa biotecnológica, focando na oncologia. Essa investigação se ampliou para a relação entre os diversos tipos de câncer, principalmente os prevalentes, e alimentos, no sentido de realizar a quimioprevenção, a partir do seu uso nutricional. Temos estudos referentes ao nosso açaí, por exemplo, e há uma série de publicações de artigos em revistas de alto impacto, nacionais e internacionais”, informa.

 

Na linha a Oncologia Clínica, Maria do Desterro estuda aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos de tipos prevalentes de câncer – colo de útero, de mama, de próstata, dentre outros. “Nessa diversidade de estudos que promovemos, com foco neste tema, eu destacaria, neste momento, pesquisa com o açaí, produto típico do nosso estado. Com a semente do fruto, que geralmente é descartada, desenvolvemos pesquisa in vitro e in vivo, com resultados promissores, dada sua interação com células malignas do câncer, principalmente de tumores prevalentes. O resultado são artigos publicados em revistas de alta relevância, com apoio da Fapema e estímulo à formação de doutores em Biotecnologia, que já atuam em diversas frentes no mercado”, ressalta.

A importância da instituição é expressiva para o avanço dos estudos realizados pela pesquisadora. “A Fapema está presente nas minhas experiências científicas desde 1991, quando recebi minha primeira bolsa de apoio. Desde então, tenho participado dos editais. São dezenas de trabalhos publicados com o auxílio financeiro da Fundação e observo o seu crescimento e o cumprimento do seu papel de apoio à ciência, mesmo em momentos de dificuldades”, afirma Maria do Desterro.

Erika Bárbara Thomaz,
Odontóloga (UFMA)
Prêmio Fapema 2008, 2014, 2015 e 2021

“Poucas são as fundações no
Brasil que têm a força, atuação
e importância da Fapema”

Sistema Público de Saúde

Com pesquisas na área de Saúde Pública e foco no Sistema Único de Saúde (SUS), a professora Erika Bárbara Abreu Fonseca Thomaz, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, da UFMA, contabiliza o apoio da Fapema em sua graduação em Odontologia na UFMA (1995/2000), em seus dois pós-doutorados (2017/2018), em Saúde Global no Global Health Institute, na Duke University (USA) e em Avaliação de Serviços e Políticas de Saúde, no Politics and International Relations Department, University of Southampton (Inglaterra).

Além disso, ela foi Bolsista de Produtividade (2014-2016) e vencedora em cinco edições do Prêmio Fapema: Talento Maranhense Tese de Doutorado (2008), Jovem Cientista (2014), Dissertação de Mestrado (2015), Homenagem Mais Premiados (2020) e Pesquisador Sênior (2021).

Érika destaca a importância da Fapema para suas experiências científicas. “Posso assegurar que a Fundação tem um papel crucial no desenvolvimento de pesquisas e dos pesquisadores no Maranhão. Eu própria sou prova da importância da instituição. Minha primeira pesquisa científica só foi possível graças a uma bolsa, que recebi ao longo de minha graduação. Por alguns anos, também fui bolsista de produtividade em pesquisa da instituição e fui contemplada com vários financiamentos, que têm me dado suporte para continuidade dos estudos”, frisa.

Ao longo de sua história, a FAPEMA tem se destacado no fomento às ciências da saúde no Maranhão

 

Em 21 anos de docência, ela avalia ter como legado o desenvolvimento de pesquisas aplicadas. “São estudos voltados ao aprimoramento do SUS e que evidenciam os males das iniquidades sociais em saúde. Sei que meu trabalho é uma gota de água no oceano, mas tento fazer a minha parte, influenciando mentes e corações em defesa do SUS e ofertando, na educação pública do Maranhão, um ensino de qualidade. Com o apoio da Fapema, eu e muitos pesquisadores maranhenses temos tido a oportunidade de pesquisar e propor soluções para problemas concretos do estado e do país”, destaca.

A pesquisadora pontua pesquisas na predição de agravos e no desenvolvimento de tecnologias para a prevenção de várias doenças, que vêm sendo executadas com apoio da instituição. “A Fapema tem contribuído, por décadas, com as universidades públicas, apoiando-as na garantia de ensino e pesquisa de qualidade. Tenho sido apoiada pela instituição, desde o meu segundo ano como estudante de Odontologia. Poucas são as fundações no Brasil que têm a força, atuação e importância da instituição”, conclui Érika Thomaz.

Dados das pesquisas são coletadas nos locais de atendimento à população

Antônio Augusto Moura da Silva
Médico (UFMA)
Prêmio Fapema 2005 e 2012

“Muitos dos resultados de nossas pesquisas são utilizados como subsídios para a elaboração de
políticas públicas”

Pesquisa e política pública de saúde

Vencedor do Prêmio Fapema 2005, como pesquisador orientador, na categoria Jovem Cientista, e do Prêmio Fapema 2012, na categoria Pesquisador Sênior, o médico Epidemiologista da UFMA, Antônio Augusto Moura da Silva, é considerado o pesquisador mais influente no estado, com destaque obtido no ranking internacional da AD Scientific Index de 2021 e 2023.

O professor se aprofunda em estudos sobre malária, leishmaniose e outras endemias e, também, doenças comuns no adulto, como obesidade, doenças cardiovasculares e pesquisas no campo da nutrição. Ele integra o grupo de modelagem com equações estruturais da UFMA, que acompanhou e divulgou, semanalmente pelas redes sociais, a evolução da Covid 19 no Maranhão, entre 2020 e 2021.

Com dezenas de trabalhos desenvolvidos com apoio da FAPEMA, ele ressalta o papel indispensável da ciência para o avanço das ações na gestão pública e no desenvolvimento social. Ele enfatiza que, sem conhecimento, as decisões são mais incertas e aponta a Fundação como órgão preponderante para o segmento.

“O que nos deixa muito contentes é que muitos dos nossos resultados de pesquisa têm sido utilizados como subsídios para a elaboração de políticas públicas. Nesse sentido, a FAPEMA tem realizado um excelente trabalho de fomento da pesquisa no Maranhão. Todos precisam entender que, sem o conhecimento da realidade, os erros na tomada de decisões se tornam mais frequentes. Muitos acham que pesquisa é gasto, mas a pesquisa ajuda a direcionar os recursos para coisas que têm maior probabilidade de dar resultados”, explica o professor Antônio Moura.

Atualmente, estuda a epidemiologia do ciclo de vida, na qual avalia como as condições de vida, saúde e nutrição no útero da mãe, na infância e adolescência, influenciam as doenças do adulto e dos idosos. “Considero, como maior legado destes anos de estudos, o fato de nossos alunos estarem multiplicando a ciência e ajudando a resolver os problemas da humanidade”, conclui com orgulho.

 O mais influente pesquisador do Maranhão estuda hoje a epidemiologia do ciclo de vida, desde o útero da mãe até o estágio do envelhecimento