Tão Nina propõe um conceito de produção local e consumo consciente de longa duração
Nathália Luiza de Carvalho Campos
Graduanda em Design pela Universidade Federal do Maranhão, com interesse em Ergonomia e Projeto de Produto
Novos modelos de negócios e de bens e serviços estão sendo incentivados no Maranhão com o intuito de promover a inovação e o incremento da competitividade de empreendimentos criativos já em atividade no estado. Um exemplo desses negócios é o projeto “Tão Nina: uma marca de moda autoral”. Ele está recebendo incentivo financeiro, não reembolsável, para fomentar o negócio, após ter sido selecionado pelo edital Economia Criativa, lançado pelo Governo do Estado por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).
Tendo como assinatura de estilo a ressignificação do trançado de palha dos balaios, oriundas do artesanato, em aplicação nas peças de roupas que cria, a marca “Tão Nina” é uma nova aposta do mercado maranhense. Uma nova coleção inspirada da Festa do Divino de Alcântara está em processo de desenvolvimento e deve fidelizar uma clientela que gosta de moda e que valoriza produtos mais sustentáveis. 
A criadora da marca, Nathália Luiza de Carvalho Campos, explica que a Tão Nina tem como conceito moda slow fashion, com produção e consumo conscientes, produção de roupas locais e de longa duração, de uma moda que não segue as grandes tendências, mas que se inspira na sua comunidade. “A coleção que está sendo desenvolvida e que tem previsão de lançamento para janeiro de 2022, inspirada na Festa do Divino de Alcântara, nasceu para homenagear essa manifestação cultural cheia de fé e de tradição, envolta em encanto e imponência” revela Nathália Campos.
Sobre o que inspirou a criação da marca, Nathália Campos conta que foi a percepção da falta de representatividade maranhense no cenário da moda regional e nacional. “O projeto Tão Nina tem como objetivo desenvolver a marca de moda feminina maranhense através da criação de peças de vestuário com identidade local agregada e apelo artesanal. Para o desenvolvimento da nova coleção foram realizadas pesquisas acerca do trançado, objeto de estudo da marca, assim como de outras técnicas e materiais”, conta.
Ao falar sobre a contribuição do projeto para o segmento da Economia Criativa, Nathália Campos destaca que objetivo da marca vai além da fabricação de produtos físicos, mas também incorporação da identidade local nos alicerces fundamentais da empresa, como gestão de marca, recursos humanos, marketing, design, artesanato e fotografia interligados ao universo da moda e, consequentemente, desenvolvendo um produto que conta uma história e uma marca que acredita nos seus ideais.
“A moda engloba estilo, comportamento, cultura e identidade e, nos bastidores, a sua indústria vem se mostrando cada vez mais robusta, detendo grande potencial de crescimento local no Maranhão por ser um ramo relativamente pouco explorado na região, com capacidade de gerar novos empregos que vão desde o estilista, modelista, passando pelo cortador, costureiro, arremateiro, passadeiro, produtores até por fim, os expositores”, observa.
PRIMEIRAS COLEÇÕES
A primeira coleção da marca, lançada em 2019, foi a Tão Catirina, inspirada no bumba meu boi, festa típica do São João maranhense sob uma nova perspectiva, com destaque ao movimento, bordado e à trama de fitas de cetim, fazendo menção direta ao festejo.
A segunda coleção foi a Tão Fulô, com inspiração do Cacuriá de Dona Teté (dança típica maranhense) que exalta a beleza e as mulheres do cacuriá, assim como o grande legado deixado por Teté.
EDITAL
O projeto é financiado por meio do edital nº 23/2019 FAPEMA/SEBRAE ECONOMIA CRIATIVA que tem como objetivo incentivar a criatividade econômica nos diversos modelos de negócios, na linha de ação “Mais Inovação” e no âmbito do programa “Inova Maranhão”.
