O processo de elaboração da invenção será incorporado ao laboratório de materiais dentários da UFMA
Eduardo Bandeira Sousa Silva
Graduando do curso de Odontologia da UFMA tendo participado de vários eventos científicos, como a SBPC e o Congresso Internacional de Odontologia realizado na Bahia onde apresentou trabalho na área de patologia.
O pesquisador Eduardo Bandeira Sousa Silva, acadêmico do curso de Odontologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), conseguiu um novo achado com impacto promissor em tratamentos odontológico restauradores. Trata-se de um adesivo que amplia a longevidade desse tipo de tratamento. A pesquisa, que tem a orientação do professor doutor, José Roberto de Oliveira Bauer, foi vencedora do Prêmio FAPEMA 2021 na categoria Jovem Cientista- Ciência da Saúde.
A maior preocupação a respeito das restaurações in vivo, como explica Eduardo Silva, é em relação à durabilidade. “Ainda que a tecnologia adesiva se apresente há bastante tempo no mercado, realizar a união de forma semelhante em duas estruturas tão diferentes como esmalte e dentina persiste como desafio na prática clínica restauradora. Com isso tem-se buscado alternativas para melhorar a qualidade dos adesivos autocondicionantes”.
O estudo “Nanopartículas Bioativas de Niobato de Cálcio para Desenvolvimento de Sistemas Adesivos” teve como objetivo sintetizar e caracterizar nanopartículas de niobato de cálcio via método sol-gel e avaliar o impacto da incorporação dessas partículas nas propriedades físico-químicas e mecânicas de um sistema adesivo experimental.
Tecnologia sujeita a patente
O método sol-gel é um método de obtenção de materiais vítreos ou cerâmicos por meio da preparação de um sol (coloide em que a fase dispersa é sólida e o dispersante é líquido; a exemplo da gelatina). Entre as vantagens está o custo reduzido em relação a outros processos.
“Podemos concluir que, de forma pioneira, partículas de niobato de cálcio foram obtidas via sol-gel em escala nanométrica apresentando estabilidade química e permitindo a sua incorporação em sistemas adesivos, sem comprometer o comportamento mecânico do material. A inserção dessas partículas em um sistema adesivo experimental não alterou as propriedades mecânicas do material e induziu bioatividade, comprovada pela geração de precipitados precursores de hidroxiapatita”, revelou Eduardo Silva.
Todo o processo de elaboração e desenvolvimento da invenção será incorporado ao laboratório de materiais dentários do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da UFMA, segundo informou Eduardo Silva. O achado será utilizado no desenvolvimento de novos materiais. “Esse processo, além de representar importante aprimoramento científico e acadêmico, contribuirá para o avanço nas áreas de inovação e empreendedorismo da Universidade Federal do Maranhão”, conta o pesquisador. Ele acrescenta que, diante dos satisfatórios resultados, a tecnologia é passível de processo de proteção intelectual e posterior licenciamento industrial.
O trabalho foi financiado por meio do edital PIBIC/CNPq/FAPEMA/UFMA- 2020/2021.