Estudo apresenta resultado significativo para planos de contingência e gestão da região
Débora Batista Pinheiro Sousa
Doutora em Biodiversidade e Biotecnologia (REDE BIONORTE). Mestre em Recursos Aquáticos e Pesca (UEMA) com período sanduíche na University of Georgia (UGA), com Licenciatura em Ciências Biológicas (UEMA). Professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), vinculada à coordenação do Curso de Engenharia Ambiental do Centro de Ciências de Balsas, docente permanente do curso de doutorado em Biodiversidade e Biotecnologia (REDE BIONORTE) e do mestrado em Ecologia e Conservação da Biodiversidade (PPGECB/UEMA). Líder do grupo de pesquisa em Ecotoxicologia e Biotecnologia Ambiental (GPEBIA).Experiência em ecologia aplicada, com ênfase em ecotoxicologia aquática, biomarcadores de contaminação aquática, efeitos da contaminação e poluição de ambientes aquáticos e desenvolvimento de plataformas para monitoramento ambiental.
O estudo “Biomarcadores e Genossensores Eletroanalíticos como Subsídios ao Monitoramento Ambiental do Complexo Industrial e Portuário de São Luís”, coordenado pela professora Débora Batisa Pinheiro Sousa, doutora em Biodiversiade e Biotecnológia pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), apresenta resultados significativos para plano de contingência e gestão da região.
Por quase três anos, Débora Sousa (UFMA) avaliou métodos para monitoramento de impactos ambientais a partir de biomarcadores em peixes estuarinos do complexo industrial e portuário da capital maranhense e desenvolveu um genossensor eletroanalítico para detecção de danos no dsDNA Calf Thymus. “Dessa forma, a pesquisa vem preencher lacunas para a região de interesse pois não existem estudos pretéritos de desenvolvimento de tecnologias, tais como genossensores, para monitoramento em tempo real no complexo industrial e portuário de São Luís”, observa a pesquisadora cujo trabalho teve a orientação da professora doutora Raimunda Nonata Fortes Carvalho Neta, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
A pesquisa, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) e vencedora do Prêmio FAPEMA 2022 na categoria Tese de Dourado, traz importantes descobertas científicas, biotecnológicas, econômicas e sociais. Para o estudo foram feitas coletas de campo dos peixes e das matrizes ambientais, bem como análises laboratoriais para o desenvolvimento do genossensor.
O conhecimento científico gerado sobre biomarcadores em peixes estuarinos, segundo a pesquisadora, foi essencial para a elaboração e aplicação de modelos de avaliação de impactos sobre recursos pesqueiros, contribuindo assim para a elaboração de planos de manejos e monitoramento da região. “Além disso, a construção de genossensores iniciou uma nova linha de pesquisa para o Maranhão, no que diz respeito a detecção de micropoluentes emergentes em amostras ambientais do complexo portuário de São Luís”, pontua Débora Sousa.
Do ponto de vista técnico, ela destaca que o desenvolvimento de genossensores teve grande aplicabilidade em ações complementares de monitoramento ambiental, pois irá possibilitar a criação de dispositivos com perspectivas reais de serem patenteados, possibilitando, assim, o desenvolvimento de estações analíticas autônomas integradas remotamente.
Na perspectiva econômica, os parâmetros obtidos no estudo servirão como base de monitoramento ambiental. “As informações podem contribuir para aumentar a eficácia de planos de contingência, de modo a reduzir os danos ao ambiente e à sociedade provocados por eventuais acidentes com contaminantes provenientes de atividades do complexo”, destaca a pesquisadora.
Como ganho social, a pesquisadora ressalta que as informações científicas sobre os aspectos da qualidade do pescado, proveniente de áreas de influência portuária e consumido localmente, serão fundamentais para planejamento da atividade pesqueira e comercialização de pescado na região.
O estudo de Débora Sousa integra o desenvolvimento da tese de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia (REDE BIONORTE/ UFMA), iniciado em 2018 e finalizado em 2021. Foram publicados dois artigos de alto fator de impacto nos periódicos Ecotoxicology and Environmental Safety e Analytival Biochemistry e realizando um depósito de patente no INPI.