O método beneficia os pequenos produtos pois exclui a utilização de balanças
Cláudia Cristina Coutinho Costa
Graduada em Zootecnia pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Cursa Especialização em Gestão em Agronegócio (PROMINAS). Tem experiência na área de Zootecnia, com ênfase em Produção de Animais. Foi bolsista de Foco Acadêmico pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Atuou em monitoria voluntária nas disciplinas de Anatomia Animal, Melhoramento Animal Básico e Planejamento Experimental, na UFMA.
O controle zootécnico das criações de animais é primordial para o acompanhamento adequado, o desenvolvimento e a manutenção da saúde do rebanho. Esse processo inclui a pesagem, que define o ciclo de engorda das criações e contribui para a detecção de prováveis problemas. Porém, em criações de pequeno porte, ferramentas, como a balança, nem sempre estão à disposição desses produtores. Para facilitar e tornar mais acessível esse procedimento, a pesquisa “Predição do peso corporal de suínos ‘tipo banha’ por meio de medidas morfométricas”, destaca alternativa ao habitual processo de pesagem com uso de balanças.
A pesquisa é desenvolvida pela zootecnista Claudia Coutinho Costa, com orientação do professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Campus Chapadinha, Jefferson Costa de Siqueira. “Os pequenos criadores, na maioria das vezes, não dispõem de balanças. Uma alternativa barata e prática para obtenção do peso desses animais, sem esse auxílio, é a utilização de equações de predição elaboradas a partir de medidas morfométricas”, informa Cláudia Cristina.
As medidas morfométricas podem ser utilizadas, com grande precisão, para estimar os pesos corporais de animais. Eles apontam comprimento padrão (CP) e largura corporal (LC), que são as mais indicadas para determinar rendimento da carne. É um indicador do potencial genético e nutricional dos animais e suas classificações para a adequada exploração comercial.
O objetivo da pesquisa foi desenvolver uma equação para estimar o peso corporal (PC) de suínos do tipo banha, com base nessas medidas. Para isso, foram coletados dados de peso corporal e das medidas morfométricas de 50 animais, em criações no município de Chapadinha. “Esses dados foram submetidos à análise de regressão linear múltipla, resultando em uma equação que evidenciou que a circunferência torácica e comprimento de carcaça são suficientes para identificar o peso corporal dos suínos”, explica o orientador a pesquisa, Jefferson Siqueira. A técnica, segundo ele, apresenta 93% de precisão, o que exclui, totalmente, a utilização das balanças.
Na prática, a técnica vai solucionar diversos impasses aos pequenos criadores, explica o professor. “Após ampliarmos o banco de dados, a equação será utilizada para a elaboração de uma fita de pesagem específica para suínos do tipo banha. Essa técnica pode ser utilizada por criadores locais como ferramenta precisa e de baixo custo para obtenção do peso corporal de seus animais”, ressalta.
O trabalho foi premiado na categoria Jovem Cientista do Prêmio Fapema 2022. “Fiquei extremamente feliz com a aprovação, pois é o reconhecimento de um trabalho coletivo que tem como objetivo atender os pequenos criadores de suínos que não possuem recursos financeiros para adquirirem balanças. E esses são equipamentos fundamentais para a realização do controle zootécnico dos rebanhos. O apoio da FAPEMA é um grande motivador para darmos continuidade ao projeto”, enfatiza Jefferson Siqueira.
Para Cláudia Cristina, o trabalho realizado pela FAPEMA tem sido de grande impacto para a ciência do Maranhão. “Além de fornecer fomento para que pesquisadores continuem produzindo e realizando projetos de grande relevância à ciência, serve de vitrine para que novos pesquisadores se inspirem e busquem, cada vez mais, a excelência em suas pesquisas científicas, trazendo retorno à população maranhense”, conclui.
