Os resultados da pesquisa de iniciação cientifica irão subsidiar ações educativas e de prevenção
Beatriz Martins Mendes
Graduanda de Medicina na Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL).
Integra o Projeto de Extensão de palhaçoterapia Laços de Afeto.
É diretora de Estágio, Internato e Extensão do Centro Acadêmico de Medicina da UEMASUL (CAMESUL).
A tuberculose é uma doença de fácil e rápido contágio. O tratamento para obtenção da cura precisa ser seguido rigorosamente ou não surtirá efeito, podendo, ainda, haver a potencialização dos sintomas. Porém, mesmo com esse risco, muitos são os que não cumprem o cronograma de tratamento, segundo aponta o estudo ‘Análise evolutiva clínica e complicações apresentadas por pacientes com tuberculose pulmonar, tratados em uma Unidade Básica de Saúde de Imperatriz-MA”. Desenvolvido pela graduanda em Medicina pela Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), Beatriz Mendes, o estudo está em andamento e recebe apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA).
A pesquisadora conta que a ideia de trabalhar o tema surgiu a partir dos estágios ofertados pela universidade e a leitura de artigos sobre o tema. Nesse processo, ela identificou que muitos pacientes não cumpriam o tratamento corretamente e isso implica em piora dos sintomas e mais facilidade de contágio. O trabalho se baseou em análises de pacientes atendidos na Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa Lúcia, da cidade de Imperatriz, a 640 Km da capital maranhense.
“Aprendemos que o tratamento da tuberculose é feito nas unidades de saúde e deve ser observado. O paciente tem que tomar o medicamento na presença do profissional da saúde, ter o devido acompanhamento e seguir as regras”, explica Beatriz Mendes. “Ouvimos de enfermeiras e outros profissionais da saúde que esse cronograma não conseguia obter a regularidade do paciente no tratamento, sobretudo, quando ele apresentava melhora, mas, na verdade, ele deveria ser seguido à risca para surtir efeito”, prosseguiu.
O trabalho, iniciado em outubro do ano passado com previsão de um ano de duração, tem como foco pesquisar a evolução clínica, durante o tratamento, de pacientes que foram atendidos na referida unidade básica de saúde. Durante a pesquisa, foram acessados os arquivos dos pacientes que já passaram pela unidade, feitas anotações em relação ao tempo de tratamento no período, os principais sintomas apresentados e a evolução da doença. “Estas e outras questões precisam todas ser registradas, identificando corretamente os pacientes, para termos informação sobre os resultados alcançados com o tratamento e se foram satisfatórios”, ressaltou.
Beatriz Mendes pontuou o apoio da FAPEMA na execução da pesquisa, destacando ter sido o diferencial para sua concretização. “A FAPEMA tem grande importância na execução desse trabalho, que se configura no apoio com o financiamento. É um recurso que utilizamos para execução in loco na UBS, onde preciso fazer a coleta de dados, que é bem distante do centro da cidade, onde resido”, afirmou. “O recurso também auxilia na aquisição de materiais que preciso para os procedimentos. Outro benefício do apoio da fundação maranhense é o fato de garantir visibilidade à minha pesquisa e facilitar a apresentação em eventos, além de servir como um avanço para meu currículo. Ou seja, a FAPEMA é apoiadora principal desse projeto”, avaliou.
Procedimento
A pesquisadora trabalha com a coleta e detalhamento dos dados, a partir da leitura de artigos sobre temas ligados ao tratamento da tuberculose, sintomas dos pacientes, localidades de realização desse tipo de atendimento e a avalição in loco, no caso, na UBS Santa Lúcia. As amostras são de pacientes acima de 18 anos, atendidos na unidade de saúde e é utilizada a metodologia quantitativa de agrupamento dos dados para conhecer os principais sintomas e relatos no período de tratamento.
Impacto
Segundo a pesquisadora, o objetivo do trabalho é identificar pacientes que não seguiram o acompanhamento correto no tratamento à doença e fazer demonstração das consequências desse relaxamento das medidas. A partir da identificação ou constatação de que esse tratamento não vem sendo seguido, são esperadas adoção das medidas, promoção de ações de prevenção e educativas, retomada do cronograma e regularidade do tratamento.
“Devemos lembrar que a tuberculose é uma doença altamente contagiosa, portanto o paciente precisa ser tratado para que não venha contaminar outras pessoas. Este contágio acontece de forma muito rápida e só é possível conter este avanço com a regularidade no tratamento”, frisou.
Após o trabalho concluído, a pesquisadora pretende apresentá-lo em congressos e eventos afins, divulgar em publicações da área e submeter para avaliação em outros outras entidades e espaços.