Estudantes produzem desinfetante, detergente, sabão líquido e amaciante

Maurício Sousa
Maurício Sousa é graduado em Matemática pelo Instituto Federal Educação, Ciência e Tecnológico do Maranhão (IFMA). É pós-graduado em Metodologias Inovadoras Aplicadas à Educação: Psicopedagogia; e Gestão e Supervisão Escolar, pelo Instituto de Ensino Superior Franciscano. Detém, ainda, pós-graduação em Educação Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos, pelo Instituto Federal do Piauí (IFPI).
A indústria de produtos de limpeza tem se destacado no cenário econômico nacional, impulsionando inovações em diversos setores. Entre os segmentos, o de produtos químicos, incluindo detergentes e desinfetantes, avança em áreas como educação e formação de profissionais para o comércio e a indústria. Neste cenário de crescente demanda por inovação, um projeto desenvolvido por alunos do curso Técnico em Química, do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA) – Unidade Plena Codó é exemplo de como a pesquisa pode contribuir para a geração de renda, estimular o empreendedorismo e promover a sustentabilidade.
O projeto ‘Produção de saneantes: prática no contexto químico, logístico, financeiro e de empreendedorismo no IEMA Codó’ resultou em produtos saneantes de uso doméstico, como detergente, sabonete líquido, amaciante, desinfetante e sabão líquido. Tudo foi realizado com base nas normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “A nossa proposta foi unir inovação, empreendedorismo e sustentabilidade, preparando os jovens para o mercado e desenvolvendo neles aptidões de gestão e liderança”, observa o pesquisador Maurício Henrique de Sousa. “Além das habilidades técnicas e científicas, durante todo o processo, os alunos seguiram as boas práticas de produção e controle de qualidade, que são indispensáveis em qualquer indústria”, prossegue Maurício que é um dos coordenadores da pesquisa.
Uma forte proposta do projeto é o incentivo ao espírito empreendedor dos alunos, que participaram de oficinas práticas para capacitação em segurança e manuseio de produtos químicos. Essa formação foi determinante para o desenvolvimento técnico e para despertar o interesse pela gestão e a administração de pequenas empresas, preparando estes jovens para o mercado de trabalho. A pesquisa teve grande visibilidade durante a Feira Literária Municipal de Codó-MA (FLIC), onde os produtos foram expostos ao público composto de gestores, professores e estudantes.
“O sucesso do evento mostrou o interesse da comunidade escolar e comprovou o êxito dos resultados alcançados, mostrando o impacto que a pesquisa pode ter no empreendedorismo local”, observa o doutor em Química e integrante da pesquisa, Tiago Linus Silva Coelho. Também integram o grupo de trabalho, os professores Dyego Martins Costa, Maria Francisca de Oliveira Lopes e Ana Paula Andrade Costa.
Cenário promissor
O panorama nacional é um forte estimulante para o desenvolvimento de pesquisas desta natureza. O Brasil ocupa uma posição de relevância no mercado global de saneantes, com 2.611 indústrias no setor, conforme dados da Associação Brasileira de Produtos de Limpeza (ABIPLA). Em 2019, o país gerou um faturamento de R$ 26 bilhões, representando 4,2% do total mundial na produção de itens deste segmento. “Estamos vislumbrando ampliar ainda mais nosso leque de itens e futuramente, ser uma alternativa para o consumo de produtos de limpeza em nossa região”, prevê Maurício Sousa.

Ele destaca o apoio da FAPEMA que possibilitou adquirir os insumos necessários para viabilizar a fabricação dos produtos e, agora, nesta nova etapa, ampliar os itens. “A FAPEMA é uma forte apoiadora dos pesquisadores maranhenses e conosco não foi diferente. Essa ‘mão amiga’ foi determinante para conseguirmos executar todas as etapas do trabalho e alcançar resultados tão satisfatórios”, reforça Sousa. Ele também pontuou a importância deste apoio no incentivo à sustentabilidade e à inovação, afirmando que o trabalho desenvolvido vai além da simples produção de produtos de limpeza; trata-se de uma contribuição para o meio ambiente e para a saúde da comunidade.
A pesquisa entra em nova etapa de execução com o desenvolvimento de álcool em gel e de um tônico capilar à base da folha da goiabeira, ampliando o mix de produtos. A proposta é avançar ainda mais para fortalecer a educação científica, promover a inovação e apoiar o empreendedorismo local com estas novas oportunidades no setor de saneantes e na indústria química. A iniciativa é um concreto exemplo de como a educação técnica, aliada à pesquisa e ao apoio institucional, pode transformar desafios em soluções sustentáveis e gerar um impacto positivo no mercado e na comunidade.