Revista Inovação FAPEMA

Pesquisa busca transformar óleos essenciais em produtos com potencial de mercado para ações biológicas

Gustavo Oliveira Everton

Mestrando em Saúde e Ambiente: Biotecnologia aplicada à saúde pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Graduando em Engenharia Química (UFMA). Graduação em Química Industrial (UFMA). Técnico em Metalurgia e Materiais pelo Instituto Federal do Maranhão (IFMA). Pesquisador em Laboratório de Pesquisa e Aplicação de Óleos Essenciais (UFMA). Recebeu honra ao mérito da UFMA (2017) por seu desempenho como pesquisador

Plantas medicinais têm sido foco de inúmeras pesquisas em todo o mundo por obterem substâncias biologicamente ativas. Elas podem ser usadas para fins terapêuticos ou para fornecer precursores para a síntese química farmacêutica. Uma nova perspectiva para o uso de folhas de Pimenta dioica Lindl. e das cascas do fruto de Citrus sinensis (L.) Osbeck (laranja doce) surge a partir a pesquisa realizada por Gustavo Oliveira Everton.

Trabalho com essas duas espécies, do pesquisador Gustavo Oliveira Everton foi vencedor do Prêmio FAPEMA 2019 – Terezinha Rêgo, na categoria Jovem Cientista. O trabalho teve a orientação do professor doutor Vitor Elias Mouchrek.

Os resultados obtidos na pesquisa, com o título “Caraterização química e potenciais biológicos antimicrobianos e moluscicidas dos óleos essenciais das folhas de Pimenta dióica Lindl. e das cascas dos frutos de Citrus sinensis (L.) Osbeck” indicam que os óleos essenciais avaliados são compostos por substâncias que propiciam e incentivam sua aplicação. As duas plantas tem potenciais para atividades biológicas moluscicida frente ao caramujo transmissor da esquistossomose Biomphalaria glabrata e antimicrobiana em relação às cepas bacterianas patogênicas.

A Pimenta dioica Lindl. é uma espécie de árvore que chega a medir 10 metros, da família das mirtáceas, e as cascas do fruto de Citrus sinensis (L.) Osbeck (laranja doce) são comumente descartadas em feiras livres de São Luís.

No seu projeto de pesquisa, Gustavo Everton destaca que o Brasil é o país com a maior diversidade genética do mundo, com aproximadamente 55 mil espécies vegetais catalogadas. Em todo o mundo, o total é estimado entre 350 mil e 550 mil espécies. “As propriedades dessas plantas medicinais estão diretamente relacionadas aos seus óleos essenciais, que são uma mistura complexa de diversas substâncias ativas, entre elas os terpenos, que são formados por unidades de isopreno e derivados de fenilpropano”, afirma o pesquisador

Metodologia

O trabalho de Gustavo Everton selecionou plantas com escassos relatos (ou sem nenhum) em periódicos científicos sobre a ação dos seus óleos essências frente as propriedades moluscicidas e bactericidas.

Realizada entre outubro de 2018 e junho de 2019, a pesquisa está transformando os óleos essenciais estudados em produtos com potencial de mercado para ações biológicas. O pesquisador explica que os óleos essenciais foram extraídos por hidrodestilação, com caracterização química através de cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas.

“Os parâmetros físico-químicos foram determinados de acordo com a Farmacopeia Brasileira e o ensaio de toxicidade seguiu o bioensaio com Artemia salina Leach”, indicou. Os óleos essenciais aprovados nesse ensaio seguiram para avaliação das suas propriedades biológicas. “Para a atividade moluscicida, executamos a metodologia preconizada pela OMS, sendo a CL50 dos óleos essências para a ação dos mesmos frente ao caramujo obtidas pelo método de Reed&Muench”, complementou.

“A atividade antimicrobiana seguiu a metodologia descrita pelo Clinical and Laboratory Standards Institute utilizando o Método de Difusão de Disco e Diluição em Caldo/Concentração Inibitória Mínima (CIM) para avaliar a ação dos OE’s frente a Escherichia coli e Staphylococcus aureus”, finalizou o pesquisador.

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