Pesquisa investiga como os tipos de diabetes afetam, de forma distinta, as células hepáticas

Jonas Sanches
Doutor e mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), onde se graduou em Farmácia-Bioquímica. É professor do curso de Farmácia do Centro Universitário UNDB. Foi bolsista FAPEMA e pesquisador no LEFISIO/UFMA. Experiência na área de Farmacologia de produtos naturais e Fisiologia, com ênfase em Fisiologia Endócrina, atuando principalmente no estudo da produção e secreção de insulina em modelos animais como obesidade e diabetes.
Uma pesquisa inovadora realizada no Maranhão pode mudar a forma como se entende, diagnostica e trata o diabetes no Brasil. Desenvolvido pelo pesquisador Jonas Rodrigues Sanches, o estudo intitulado “Análise comparativa dos efeitos morfofuncionais e ultraestruturais do diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 no fígado de ratos” venceu o Prêmio FAPEMA 2024 na área de Ciências Biológicas. Mais do que um reconhecimento acadêmico, o trabalho representa um avanço com impacto direto na saúde da população maranhense — especialmente diante do crescente número de casos de diabetes e doenças hepáticas associadas.
“Nosso objetivo sempre foi levar a ciência além dos laboratórios. A ideia é que os dados obtidos possam, de fato, influenciar políticas públicas, práticas clínicas e estratégias de prevenção aqui no Maranhão”, destaca Jonas Sanches, doutor em Ciências da Saúde.
A pesquisa se diferencia por investigar como os dois tipos mais comuns de diabetes afetam, de forma distinta, as células hepáticas. Utilizando técnicas de última geração, como a Microscopia de Força Atômica, o estudo revelou alterações ultraestruturais profundas que ocorrem antes mesmo do surgimento dos sintomas clínicos e danos microscópicos clássicos da doença hepática gordurosa não alcoólica. Essa descoberta inédita abre caminho para diagnósticos mais precoces e intervenções em estágios reversíveis da doença.
“Conseguimos identificar padrões ultraestruturais que precedem os danos visíveis ao microscópio óptico. Isso significa que há uma janela de tempo em que é possível intervir de maneira mais eficaz, antes que o fígado esteja comprometido”, explica.
A pesquisa também comprovou que a reutilização desses resíduos pode ser uma poderosa ferramenta de transformação social, proporcionando uma alternativa de geração de renda para famílias em situação de vulnerabilidade. Um exemplo desse impacto ocorreu na Associação de Artesãos do município de Viana, que incorporou elementos da identidade maranhense em seus produtos, fortalecendo a conexão entre sustentabilidade e tradição cultural. “Os produtos resultantes da pesquisa adquiriram um caráter que vai além do utilitário, tornando-se também simbólicos e ganhando viabilidade econômica”, explicou Diego.
O sucesso da iniciativa evidencia a importância de soluções sustentáveis construídas de forma colaborativa e adaptadas à realidade local, reforçando a necessidade de investimentos em ciência e tecnologia para resolver problemas socioambientais.
Oriunda de escola pública e ex-aluna do Instituto Estadual do Maranhão (IEMA), Sofia acumula em sua trajetória participações em feiras, competições científicas e conquistas como uma bolsa de iniciação científica pela Olimpíada Brasileira de Biotecnologia.
O estudo de Sofia se configura como uma estratégia viável para a promoção da economia circular, ensinando a comunidade a gerar renda e valorizar a cultura local.