E para que fazer ciência, afinal? A produção científica sempre foi permeada pela falsa idéia de verdade absoluta, restrita somente ao meio acadêmico e à elite intelectual. Contudo, o conhecimento científico não faz sentido algum se não for entendido como uma prática social. Galileu, Newton, Einstein, Pitágoras e Copérnico, por exemplo, produziram ciência não só porque eram gênios (muitos nem foram reconhecidos com este adjetivo pelos seus contemporâneos), mas porque eram compelidos pela curiosidade e pela vontade de deixar sua contribuição, mudando algum paradigma, realidade ou teoria existente.
A ciência é uma parceira fundamental do desenvolvimento. Ao contrário do que talvez alguns acreditem, não são apenas as nações ricas que podem investir em ciência. A ciência é um processo dinâmico que pode ser iniciado por aqueles que tenham interesse em contribuir com o conhecimento humano. O Maranhão é um exemplo concreto desta possibilidade. Em 2005, contava com cerca de 200 doutores. Hoje, o número cresceu para 430. Vivemos um momento de intensa produção científica, que precisa ser difundida e revertida em benefício da população. O grande desafio da Fapema é fomentar nossa ciência, nos diversos campos do saber, em busca de patentes e produtos que atinjam um objetivo social e o desenvolvimento regional.
Com muito orgulho, nesta 8ª edição, a Revista Inovação ressalta o crescimento das pesquisas locais e reafirma a nova tendência dos trabalhos realizados no estado: do pesquisador júnior ao sênior, os projetos produzidos são pautados pela preocupação com a melhoria da qualidade de vida e o bem-estar social. O conteúdo desta edição também destaca a singularidade do patrimônio genético do estado, caracterizado pela biodiversidade, que propicia a investigação científica pontual desta temática. Projetos como o Queamar, estudos sobre a biopirataria e a atuação de profissionais como a Drª Teresinha Rêgo, referência internacional em fitoterápicos, corroboram a preocupação do pesquisador maranhense com o meio ambiente e o desenvolvimento ecologicamente correto.
Para estimular esta produção, iniciativas como o Prêmio Fapema são fundamentais. A cerimônia tem testemunhado o amadurecimento e o compromisso dos nossos pesquisadores – em 2008 alcançamos a marca de 222 inscrições. Ao contemplar os melhores trabalhos, o Prêmio legitima o conhecimento praticado no Maranhão, como a plataforma hidráulica criada para facilitar o acesso de quem tem dificuldades de locomoção aos ônibus coletivos; ou um software que auxilia o diagnóstico de tumores; ou ainda, o aproveitamento de resíduos sólidos na construção civil que diminui os custos de uma obra. É a ciência aplicada à vida.
Só a ciência é capaz de transformar cenários e oportunizar mudanças a curto e médio prazo. O Maranhão aposta nesta idéia, por isso, tem trabalhado pelo reconhecimento dos nossos pesquisadores e por (e)levar o nome do estado a todo país, como uma terra que acredita e aposta na ciência.