A partir da página (08) apresentamos reportagens sobre instigantes trabalhos coordenados por professores de escolas públicas que abordam desde metodologia do empreender a ciência – “Sim, nós também fazemos ciência” – , passando por incentivo ao engajamento social e político – “Participação de estudantes em grêmios fortalece protagonismo” –, a utilização de artes visuais no ensino e aprendizagem de alunos do Ensino Médio – “Artes visuais facilitam ensino e aprendizagem” – e ações para evitar o desperdício de água – “Estudantes reutilizam água descartada de condicionadores de ar”.
A Secretaria de Estado Extraordinária da Juventude também ocupa um papel determinante em articular políticas públicas direcionadas aos jovens. Sem esquecer o olhar especial dirigido às mulheres. Na página 12, a secretária Tatiana Pereira fala, dentre outras coisas, sobre os programas executados pela Seejuv, em colaboração com outras secretarias e parcerias com o Governo Federal.
Gostaríamos de citar também as iniciativas sistemáticas do Governo do Estado com o objetivo de transformar a educação básica e elevar índices educacionais. Este investimento é uma forma de garantir que crianças atinjam mobilidade social por meio do acesso à educação. A implementação de programas como Escola Digna (reforma e construção de 820 escolas beneficiando especialmente comunidades mais carentes e isoladas). Visando suprir necessidades desses povoados, foram entregues mais de 80 ônibus escolares para garantir a mobilidade de estudantes até a escola. O Programa Sim, Eu Posso, é responsável pela alfabetização de 26.497 mil pessoas. A efetivação da educação integral e do ensino profissionalizante e tecnológico é comprovado com a instalação de 90 polos de formação continuada (cursos FIC), 13 unidades de Educação Integral – IEMA’s Plenos (com ensino médio e cursos profissionalizantes) e 13 Unidades Vocacionais (formação técnica). Foram criados no total, 40 (quarenta) unidades de educação em tempo integral, ainda em 2018 (IEMA’s e rede SEDUC), além da criação de uma nova Universidade Regional, a UEMASUL.
A reunião de esforços e estratégias em direção à garantia de formação qualificada aponta para um horizonte em que a ciência é um passaporte para um mundo de realizações pessoais e profissionais da juventude do Maranhão.
Boa leitura!
A 14ª edição do Prêmio FAPEMA homenageia o antropólogo Sergio Figueiredo Ferretti, que até o início deste ano, exerceu atividades como professor emérito da Universidade Federal do Maranhão e foi coordenador da Graduação em Ciências Sociais e dos Mestrados em Políticas Públicas e em Ciências Sociais. Atuou ao longo de cinco décadas como pesquisador e orientador de muitas gerações de estudantes de graduação a pós-doutorado, contribuindo com seus estudos sistemáticos sobre religiões afro-brasileiras, tambor de mina, Casa das Minas, cultura popular, tambor de crioula e sincretismo. É autor de livros como Querebentã de Zomadônu – Etnografia da Casa das Minas do Maranhão e Repensando o Sincretismo, além de organizar outros títulos como Museus Afrodigitais e Política Patrimonial e Missa, culto e tambor: Os espaços das religiões no Brasil (este último com Gamaliel da Silva Carreiro e Lyndon de Araújo Santos). Ferretti também discorreu seu pensamento por meio de dezenas de artigos em periódicos científicos e capítulos de livros. Participou como membro de conselhos editoriais de vários periódicos científicos. Foi membro da Comissão Maranhense de Folclore e coordenador do Grupo de Pesquisa Religião e Cultura Popular (GPMINA/UFMA), que completou 25 anos em 2017. Ferretti incentivou a criação do Museu Afrodigital, um projeto filiado à rede da memória virtual da Biblioteca Nacional como depositório digital. A UFMA participa através do seu Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e de Grupos de Pesquisa vinculados ao Programa.
“Pelos caminhos de Ferretti” é nossa primeira reportagem (página 10) e conta sua trajetória desde a infância no Rio de Janeiro até a consolidação da carreira como reconhecido estudioso das religiões afro-brasileiras. Ninguém mais habilitada para falar do professor Ferretti, que sua companheira afetiva e intelectual, Mundicarmo Maria Rocha Ferretti. Ela abriu a porta de seu apartamento algumas vezes para a equipe de jornalistas da FAPEMA e ofereceu-nos, com leveza, humor e graça, todas as informações que precisamos para dar corpo a textos desta edição. Sem dúvidas, Mundicarmo Ferretti é a entrevistada a partir da página 18.
Escolhemos pesquisas que estudam temas voltados à obra de Sergio Ferretti: um perfil do encantado Dom Sebastião (página 26); preservação do folclore (página 36); a resistência contra intolerância religiosa (página 38); literatura de cordel (página 42); artesanato (página 46) e alimentação produzida em quilombos maranhenses (página 52). A coluna Na Estante (página 56) divulga obras escritas e organizadas por Sergio Ferretti. E a opinião da coluna Sábias Palavras (página 58) é tripla: o filho, André Ferretti; o amigo, João Leal; e o aluno, Thiago Santos, assinam textos em homenagem a Ferretti. Aproveitamos para também dizer: muito obrigado, professor Sergio Ferretti!
Maristela Sena|Editora