Rosane Nassar Meireles Guerra
Graduada em Ciências Biológicas (Universidade Santa Úrsula), mestra em Patologia Experimental (Universidade Federal Fluminense/UFF) e doutora em Imunologia (Universidade de São Paulo/USP). Possui pós-doutorado pelo Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz – FIOCRUZ. É professora titular da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) com atuação em Imunologia e enfoque em efeito de produtos naturais sobre o sistema imune, em especial na diabetes, em tumores e na imunidade oral. Atualmente é diretora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UFMA.
Qual a diferença entre produto fitoterápico e planta medicinal?
As plantas medicinais são capazes de aliviar ou curar enfermidades e servem como remédio. Para o seu uso, é necessário, antes de tudo, conhecer a planta, saber onde colhê-la para não causar impacto na natureza e, principalmente, o modo como utilizá-las, geralmente na forma de chás e infusões.
Entretanto, quando a planta medicinal passa a ser industrializada para a obtenção de um medicamento, torna-se produto fitoterápico. O processo de industrialização é realizado de forma a evitar a possibilidade de contaminações por micro-organismos e substâncias desconhecidas, além de sistematizar a quantidade e o modo de uso mais adequado do produto, permitindo maior segurança. Antes de serem comercializados, os fitoterápicos devem ser regularizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e podem, também, ser manipulados em farmácias autorizadas, mediante prescrição por profissionais de saúde habilitados.
É nessa seara que se insere o trabalho desenvolvido pela bióloga e professora titular da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Rosane Nassar Meireles Guerra, intitulado “Natumed-desenvolvimento de medicamentos a partir de produtos naturais com atividade antimicrobiana”.
Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), por meio do edital nº 007/2017– IECT Biotecnologia, a pesquisa tem como objetivo principal avaliar a atividade antimicrobiana e imunológica de espécies vegetais e/ou compostos isolados e/ou produtos fitoterápicos produzidos a partir de Copaifera duckei, Passiflora edulis e Platonia insignis. Esses são os nomes científicos, respectivamente, da copaíba, do maracujá e do bacuri que foram utilizados em ensaios in vitro e em modelos animais. No decorrer do desenvolvimento da pesquisa foram adicionados ainda, os efeitos antimicrobianos de Vismia guianensis (Lacre Vermelho) e Ximenia americana (Ameixa-do-mato).
Rosane Nassar Meireles Guerra
Graduada em Ciências Biológicas (Universidade Santa Úrsula), mestra em Patologia Experimental (Universidade Federal Fluminense/UFF) e doutora em Imunologia (Universidade de São Paulo/USP). Possui pós-doutorado pelo Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz – FIOCRUZ. É professora titular da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) com atuação em Imunologia e enfoque em efeito de produtos naturais sobre o sistema imune, em especial na diabetes, em tumores e na imunidade oral. Atualmente é diretora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UFMA.
Qual a diferença entre produto fitoterápico e planta medicinal?
As plantas medicinais são capazes de aliviar ou curar enfermidades e servem como remédio. Para o seu uso, é necessário, antes de tudo, conhecer a planta, saber onde colhê-la para não causar impacto na natureza e, principalmente, o modo como utilizá-las, geralmente na forma de chás e infusões.
Entretanto, quando a planta medicinal passa a ser industrializada para a obtenção de um medicamento, torna-se produto fitoterápico. O processo de industrialização é realizado de forma a evitar a possibilidade de contaminações por micro-organismos e substâncias desconhecidas, além de sistematizar a quantidade e o modo de uso mais adequado do produto, permitindo maior segurança. Antes de serem comercializados, os fitoterápicos devem ser regularizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e podem, também, ser manipulados em farmácias autorizadas, mediante prescrição por profissionais de saúde habilitados.
É nessa seara que se insere o trabalho desenvolvido pela bióloga e professora titular da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Rosane Nassar Meireles Guerra, intitulado “Natumed-desenvolvimento de medicamentos a partir de produtos naturais com atividade antimicrobiana”.
.Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), por meio do edital nº 007/2017– IECT Biotecnologia, a pesquisa tem como objetivo principal avaliar a atividade
antimicrobiana e imunológica de espécies vegetais e/ou compostos isolados e/ou produtos fitoterápicos produzidos a partir de Copaifera duckei, Passiflora edulis e Platonia insignis. Esses são os nomes científicos, respectivamente, da copaíba, do maracujá e do bacuri que foram utilizados em ensaios in vitro e em modelos animais. No decorrer do desenvolvimento da pesquisa foram adicionados ainda, os efeitos antimicrobianos de Vismia guianensis (Lacre Vermelho) e Ximenia americana (Ameixa-do-mato).
Surgimento do IECT Biotecnologia
Rosane Guerra relembrou o processo de criação do Instituto Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Maranhão (IECT) em Biotecnologia. Houve reuniões junto à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) para discutir o formato dos IECTs, com a presença de pesquisadores da UFMA, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), do Instituto Federal do Maranhão (IFMA) e da Universidade CEUMA. “Minha perspectiva e vontade de participar das chamadas do primeiro IECT ocorreu devido ao meu interesse e a minha atuação acentuada e precisa na área de biotecnologia”, pontuou.
“A estruturação e o fomento a esse IECT e aos demais são iniciativas muito importantes para o desenvolvimento da ciência e tecnologia do Maranhão, pois estimulam a geração de produtos biotecnológicos que poderão ter impacto socioeconômico e também a formação de recursos humanos e infraestrutura técnica, voltadas especificamente para o desenvolvimento da biotecnologia no Estado”, complementou a pesquisadora.
Metodologia do projeto
Rosane Guerra ressalta que foram realizadas algumas reuniões entre os pesquisadores que participam da equipe executora do projeto que foi submetido ao edital para determinar quais as principais linhas de ação, bem como as espécies vegetais que seriam alvos da proposta e que ficou decidido que seriam utilizados ensaios in vitro e in vivo, sendo que nos ensaios in vivo utilizaram tanto animais invertebrados como vertebrados. “As espécies vegetais estudadas são coletadas e identificadas em Herbário. Em seguida são preparados os extratos para avaliação biológica e avaliação química. Dependendo da atividade, esses extratos serão fracionados. Os produtos são preparados, submetidos a testes de estabilidade e de prateleira e depois testados quanto à atividade biológica”, citou.
De acordo com a pesquisadora, o projeto se iniciou a partir da sua aprovação em 2017, portanto, antes mesmo dos recursos serem liberados e, na atualidade, o grupo já desenvolveu várias atividades e produções científicas. “No momento já temos defendidas duas teses de doutorado, duas patentes submetidas, dois artigos publicados e quatro artigos que pretendemos submeter ainda esse semestre”, ressaltou.
Benefícios e Resultados
A produção dos medicamentos a partir de plantas naturais facilitará o melhor conhecimento sobre o potencial biotecnológico das espécies vegetais avaliadas. Também desenvolverá novos bioprodutos (fitomedicamentos ou fitoterápicos) com potencial para o tratamento de infecções bacterianas e fúngicas. Promoverá, ainda, a geração de patentes, que servirão para agregar valor aos bioprodutos fabricados e para consolidar a inserção do estado no cenário da inovação tecnológica. Além disso, irá fortalecer parcerias institucionais estabelecidas em prol do desenvolvimento das pesquisas em biotecnologia no Maranhão e, consequentemente, do IECT Biotecnologia.
Com a pesquisa, Rosane Guerra enfatizou que irá agregar valor aos produtos extrativistas do estado. De acordo com a bióloga, vai ampliar o conhecimento e a inserção do Maranhão a partir do aumento quantitativo e qualitativo de artigos científicos publicados, a partir dos resultados obtidos com a execução do projeto. “Estabeleceremos parcerias com a iniciativa privada para viabilizar a produção, em larga escala, dos produtos/medicamentos gerados. Pretendemos contribuir para a formação qualificada de recursos humanos em biotecnologia e consolidar as ações científicas do Instituto Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Maranhão em Biotecnologia de produtos naturais com atividade sobre microrganismos”, comentou.
Apoio da Fapema
Segundo a pesquisadora Rosane Guerra, a política de sucateamento da ciência na esfera federal pode resultar num grande atraso ou, até mesmo, na interrupção de um projeto.
“Estamos presenciando agora com a COVID-19 que a falta de recursos necessários ao desenvolvimento de uma vacina nacional nos deixa refém da produção e das pesquisas realizadas em outros países. Além disso, há evidencias que os investimentos em ciência e tecnologia se refletem em melhoras do IDH e do PIB”, ponderou.
Ela ressalta que a FAPEMA tem sido o principal agente de fomento não somente para o seu projeto, mas para a ciência e tecnologia do Maranhão e do Brasil, considerando a atual escassez de recursos.
“A FAPEMA é extremamente importante tanto por fomentar a ciência maranhense, como por estimular a formação de recursos humanos. Nesse contexto, os IECTs podem intensificar as interações universidade/empresas, tão necessárias a uma maior geração de produtos biotecnológicos certificados, visando à valorização de insumos naturais”, finalizou.
Excelente acompanhar as pesquisas que estão sendo desenvolvidas em nosso Estado! Parabéns a todos os pesquisadores envolvidos! E que tenhamos mais investimentos públicos e privados em pesquisas!