Revista Inovação FAPEMA

INTOXICAÇÕES EXÓGENAS: PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA ENTRE MENORES DE 15 ANOS

Pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão realizaram estudo epidemiológico, avaliando dados registrados pelo Sistema Único de Saúde de 2014 a 2024

Leonardo Melo

Cursa o 9º período em Enfermagem (UFMA). Diretor de Pesquisa da Liga Acadêmica de Pediatria da UFMA  e membro da Coordenação de Ensino, Pesquisa e Extensão do Centro Acadêmico de Enfermagem Rosilda Dias. Integra a Liga Acadêmica de Enfermagem em Pediatria e participa do Grupo de Estudo e Pesquisa na Saúde da Família, da Criança e do Adolescente. Também é extensionista no projeto “Atenção Integral à Saúde da Criança no Contexto da Atenção Básica em Saúde”.

As intoxicações exógenas são um problema de saúde pública entre menores de 15 anos no Maranhão. É o que aponta o estudo ‘Perfil Epidemiológico das Intoxicações Exógenas em menores de 15 anos no Estado do Maranhão De 2014-2024’, realizado pelos pesquisadores Leonardo Silva Melo e Francisca Georgina Macedo de Sousa, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Embora a maioria dos casos evolua sem sequelas, pesquisadores chamam atenção para a necessidade de políticas de prevenção.

As intoxicações exógenas constituem um relevante problema de saúde pública. Por isso, os pesquisadores decidiram traçar o perfil epidemiológico dos pacientes maranhenses que tenham até 15 anos de idade, já que a exposição a substâncias tóxicas como medicamentos e produtos domésticos pode causar reações adversas graves.

Para traçar o perfil epidemiológico os pesquisadores avaliaram as seguintes variáveis: ano de notificação, faixa etária, agente tóxico, sexo, circunstância e evolução. “Os dados foram coletados por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SUS), no período de 2014 a 2024”, explica o pesquisador Leonardo Silva Melo.

O levantamento encontrou 3.065 notificações de casos de intoxicações exógenas em menores de 15 anos no Maranhão. Os anos de 2019 e 2023 apresentaram o maior número de registros, com 388 casos há seis anos e 369 casos após quatro anos.

Segundo o pesquisador Leonardo Silva Melo, as crianças são as mais afetadas. “A faixa etária mais afetada foi a de 1 a 4 anos, liderando as notificações ao longo do período com os medicamentos sendo os principais agentes tóxicos e a maioria das intoxicações ocorrendo de forma acidental”, informa.

Ao avaliarem as variáveis dos 3.065 notificações de casos de intoxicações exógenas ocorridas entre 2014 e 2024 os pesquisadores verificaram que 1.518 casos foram causados por medicamentos, seguidos por produtos de uso domiciliar com 335 casos. A maioria das intoxicações ocorreu de forma acidental, apresentando 1.619 casos, enquanto 399 foram casuados por uso terapêutico e 250 por tentativa de suicídio. Os casos foram equilibrados entre os sexos, com 1.533 em meninos e 1.532 em meninas. 

Quanto à evolução, 2.511 dos casos resultaram em recuperação sem sequelas, 62 deixaram sequelas e 11 óbitos. Mas o pesquisador chama atenção para a necessidade de ações preventivas. “A maioria dos casos evoluiu sem sequelas, mas a ocorrência de óbitos e intoxicações intencionais evidencia a necessidade de vigilância contínua, controle sanitário e educação em saúde para prevenir esses eventos e proteger a saúde infantil”, alerta.

Francisca Georgina Macedo de Sousa 

Pós-doutorado e doutorado em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na área de concentração Filosofia, Saúde e Sociedade. Doutorado-Sanduíche na Escola Superior de Enfermagem do Porto – Portugal. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará. Graduada em Enfermagem pela UFMA, onde cursou Especialização em Enfermagem Pediátrica e Puericultura e onde exerce a docência. É líder do Grupo de Ensino e Pesquisa na Saúde da Família, Criança e Adolescente, vinculado à Plataforma de Grupos de Pesquisa do CNPq. Coordenadora do Curso de Especialização em Saúde da Criança vinculado ao Departamento de Enfermagem da UFMA.

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