Revista Inovação FAPEMA

HANSENÍASE: MARANHÃO AINDA APRESENTA ALTAS CONCENTRAÇÕES APESAR DAS POLÍTICAS DE SAÚDE

Pesquisadores da UFMA coletaram dados de notificações da doença entre 2020 a 2024 e São Luís foi o município com maior número de casos

Adryemerson Ferreira

Mestre em Saúde e Ambiente pelo Programa de Pós Graduação em Saúde e Ambiente (UFMA). Especialista em Saúde da Família (FAVENI). Bacharel em Enfermagem (UFMA). É professor do curso técnico em Enfermagem da Escola Técnica Supremo Redentor. Cursa Bacharelado em Geografia (Universidade Estácio de Sá). Atuou como bolsista voluntário do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) – Interprofissionalidade. Também exerceu os cargos de diretor geral e diretor de Ensino na Liga Acadêmica de Enfermagem na Atenção Básica (UFMA).

As políticas públicas de saúde para prevenção e tratamento da hanseníase evoluíram muito nos últimos anos. No entanto, o Maranhão ainda apresenta altas concentrações da doença. Esta foi a conclusão de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o que aponta a necessidade de estratégias mais eficazes para o combate à doença no estado.

O estudo “Distribuição Espacial da Hanseníase no Maranhão de 2020 A 2024” foi realizado pelos pesquisadores Adryemerson Pena Forte Ferreira, Getúlio Rosa dos Santos Junior, Gilnara Frazão Sousa e Julyana Suellen Rodrigues Fonseca.

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa de alto poder incapacitante causada pelo Mycobacterium leprae, que afeta os nervos periféricos, especificamente as células de Schwann, e representa ainda hoje um importante problema de saúde pública. “Acomete principalmente regiões de média e baixa renda, sobretudo as populações em situação de marginalização”, informa o pesquisador Adryemerson Ferreira.

Para os cálculos de incidência, os pesquisadores utilizaram-se dos dados de população disponíveis no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os cálculos das incidências e elaboração dos mapas foram realizados por meio de um software específico, o QGis, versão 3.34. Já as variáveis empregadas durante a pesquisa foram o ano e o município de notificação.

“Trata-se de um estudo ecológico, descritivo e retrospectivo baseado nos casos de hanseníase disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) notificados no Maranhão de 2020 a 2024”, explica Adryemerson.

Casos notificados

O estudo mostrou que foram notificados 14.276 casos de hanseníase no intervalo estudado, sendo que 14.190 apontavam o município de notificação. A capital do estado, São Luís, foi o município com maior número de registros da doença, totalizando 2.766 casos. Segunda maior cidade do Maranhão, Imperatriz registrou 560 casos de 2020 a 2024, seguida de Codó com 477 casos. 

Ao analisarem os dados por ano, 2020 foi o que registrou a maior incidência da doença no estado com 134,7 casos em São Luís Gonzaga do Maranhão; em 2021, São João do Carú teve 114,28 notificações; seguido de Governador Archer com 127,06 casos em 2022; Senador La Rocque com 163,27 registros em 2023; e Governador Archer com 97,74 casos em 2024.

“O Maranhão ainda apresenta altas concentrações de hanseníase, apesar das políticas de saúde existentes. Essa persistência exige estratégias mais eficazes, com ampliação do diagnóstico precoce e tratamento, especialmente para as populações mais vulneráveis”, alerta  Adryemerson.

Ainda de acordo com os pesquisadores, a análise dos mapas de incidência aponta que houve padrão semelhante nos anos analisados, se distribuindo em faixas mais elevadas por todo o estado, com maior concentração nas porções oeste, centro e sul do Maranhão.

Getúlio Rosa Dos Santos Junior

Mestre em Saúde e Ambiente (UFMA). Cursa pós-graduação em Docência da Educação Profissional e Tecnológica pelo Instituto Federal do Maranhão (IFMA). Bacharel em Enfermagem (UFMA). É professor no Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA). Foi bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), atuando no Projeto de Pesquisa com Idosos Quilombolas da Baixada Maranhense (Projeto IQUIBEQ), do qual segue como pesquisador colaborador. Também integrou o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde/MEC). Foi fundador e presidente da Liga Acadêmica de Enfermagem em Atenção Básica (UFMA) e diretor de extensão da Liga Acadêmica de Farmacologia da Baixada Maranhense (LAF-BM), vinculada ao curso de Medicina da UFMA.

 

Gilnara Frazão Sousa

 

Mestre em Saúde e Ambiente (UFMA). Pós-graduada em Unidade de Terapia Intensiva pela Faculdade Santa Terezinha (CEST). Graduada em Enfermagem. É docente no Instituto Garcia Santos em Arari (MA). Atua em Estratégia Saúde da Família no município de Vitória do Mearim (MA). Durante a graduação foi monitora da disciplina de Anatomia Humana. Participou do projeto de extensão Liga Acadêmica do Ostomizado. Foi certificada com o segundo lugar na XI Jornada de Enfermagem da Faculdade Santa Terezinha (CEST), com o trabalho intitulado: “Gestação em cardiopatas: gravidez de alto risco e cuidados de Enfermagem”. Também obteve o certificado de primeiro lugar no quiz acadêmico oferecido pelo COREN-MA. Foi preceptora da Liga Acadêmica de Saúde Materno Infantil (LASMIN).

 

Julyana Suelen Rodrigues Fonseca

Graduada em Enfermagem (UFMA). Cursa pós-graduação em Oncologia e Hematologia (UNINTER). Atua na assistência hospitalar materno-infantil, vinculada à Prefeitura Municipal de Pinheiro (MA). Foi membro-fundadora e coordenadora de Finanças da Liga Acadêmica de Enfermagem na Atenção Básica (LAEAB). Integrante do programa PET – Saúde Interprofissionalidade, no grupo tutorial de Imunização. Tem experiência na área de Enfermagem, com atuação nos temas sobre: saúde materno-infantil, urgência e emergência (adulto e pediátrica), saúde do idoso, imunização, doenças infecto-contagiosas.

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