Pesquisa identifica barreiras e fatores facilitadores no acesso aos serviços de saúde

Sabrina Costa
Cursa Enfermagem (Universidade Estadual do Maranhão/Caxias). Na instituição, integra o Grupo de Pesquisa de Abordagem Translacional do Papilomavírus Humano e a Liga Acadêmica de Educação e Saúde. É voluntária do Programa Institucional de Bolsas de Extensão 2023-2025 e bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação 2024-2025 (PIBITI-UEMA).
O câncer do colo do útero é uma condição crônica evitável, mas ainda comum entre mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica, especialmente nas comunidades quilombolas. A carência de acesso aos serviços de saúde e o desconhecimento sobre prevenção e diagnóstico precoce contribuem para a elevada incidência da doença.
Nesse contexto, a pesquisadora da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Sabrina Maciel da Costa, desenvolveu o projeto “Os saberes e as práticas de mulheres quilombolas sobre o câncer cérvico-uterino na atenção primária à saúde”. Ele buscou identificar barreiras e fatores facilitadores no acesso aos serviços de saúde.
O trabalho foi premiado em terceiro lugar no Congresso Cuidar de Todos (Eixo Educação na Saúde), promovido pela Escola de Saúde Pública do Estado do Maranhão (ESP/MA) e contou, ainda, com a participação de Santiago da Conceição, Andreia Oliveira, Antonio Rosa Neto, Gisane Romão da Silva e Rosângela Almeida
Trata-se de um estudo exploratório, aprovado pelo parecer n.º 6.681.242, com abordagem qualitativa, fundamentado pelo Consolidated Criteria for Reporting Qualitative Research (COREQ). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 32 mulheres quilombolas do município de Colinas do Maranhão. Os dados foram analisados com o software IRaMuTeQ, utilizando a Classificação Hierárquica Descendente (CHD) para identificar padrões temáticos.
As participantes tinham entre 30 e 49 anos (43,75%), estavam casadas ou em união estável (59,37%) e se autodeclararam pretas (56,25%). Em relação à escolaridade, possuíam ensino médio completo ou superior incompleto (37,50%).

A análise revelou três categorias principais: conhecimento sobre o câncer cervical, indicando um entendimento superficial da doença; prevenção, destacando a realização do exame de Papanicolau e vacinação contra o HPV; e autocuidado, com práticas tradicionais como uso de chás e garrafadas. O medo, vergonha e falta de informação adequada foram identificados como obstáculos.
“Embora as mulheres quilombolas possuam um conhecimento empírico sobre o câncer do colo do útero, demonstram interesse na adoção de medidas preventivas”, relatou Sabrina da Costa. “A educação em saúde, respeitando as especificidades culturais dessas comunidades, é fundamental para ampliar o acesso à prevenção e aos serviços diagnósticos”, acrescentou. “ O fortalecimento da Atenção Primária à Saúde pode contribuir para reduzir a incidência da doença e melhorar a qualidade de vida dessas mulheres no Maranhão”, concluiu.
Andreia Nunes Almeida Oliveira
Mestranda em Saúde da Família pelo PROFSAÚDE, com especializações em Saúde da Família; Saúde Mental; Preceptoria e Cuidados Paliativos na Atenção Primária à Saúde. Graduada em Enfermagem (UNINOVAFAPI (2006).
Atuou como preceptora no curso de Enfermagem e na Residência Multiprofissional em Saúde da Família pela UEMA Campus Caxias e pela UniFacema. Possui experiência na Estratégia Saúde da Família (ESF), onde também exerceu a função de coordenadora dos Programas da Equipe eMulti, Saúde da Criança, Saúde da Mulher e Condições Crônicas no município de Caxias (MA). Atuou como referência técnica do programa municipal de controle da tuberculose na vigilância epidemiológica. Foi tutora de unidade laboratório da Planificação da Atenção à Saúde pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e atua como analista do PlanificaSUS pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein (SBIBAE). Exerce a função de facilitadora da Planificação por meio da Beneficência Portuguesa (BP). Com experiência em assistência e gestão, atua na consultoria em saúde.
Gisane Romão Borges da Silva
Cursa Mestrado Profissional em Saúde da Família na UEMA Campus Caxias com graduação em Medicina (UNICEUMA). Especialista em Medicina de Família e Comunidade pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC). Tutora no Programa Médicos Pelo Brasil pela Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS.
Antonio Rosa de Sousa Neto
Graduação e mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Membro do Núcleo de Estudos em Microbiologia e Parasitologia. Experiência na área de Enfermagem, com foco em Processo de Cuidar em Saúde e Enfermagem e Políticas e Práticas Socioeducativas em Enfermagem. Atua em temas de prevenção e controle de infecções em serviços de saúde, educação em saúde, biossegurança e saúde pública. É professor substituto na UEMA).
Rosângela Nunes Almeida
Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) e mestre em Biodiversidade, Ambiente e Saúde pela UEMA, onde se graduou em Enfermagem e onde exerce a docência na graduação e no Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE). Atua com Atenção Primária à Saúde, Cuidar em Enfermagem, Gestão de Programas e Serviços de Saúde, Tecnologias em Saúde e Educação em Saúde. É líder do Grupo de Estudos em Avaliação de Programas e Serviços de Saúde, com ênfase na Atenção Primária à Saúde (UEMA). Membro do Núcleo de Estudos em Microbiologia e Parasitologia (UFPI) e cnsultora em Saúde pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein (SBIBAE).
Santiago Augusto da Conceição
Acadêmico de Enfermagem (UEMA/Colinas).