Revista Inovação FAPEMA

Pesquisa avalia qualidade dos serviços de atenção ao parto ofertados no Brasil

Dayana Dourado de Oliveira Costa

Dayana Dourado de Oliveira Costa

Doutora e mestre em Saúde Coletiva (UFMA), especialista em Gestão Pedagógica (UFMG) e bacharel em Enfermagem (UFMA). Possui experiência em supervisão pedagógica e coordenação de cursos na Escola Técnica do SUS (ETSUS/MA). Foi docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), no curso Técnico Agente Comunitário de Saúde, onde ministrou as disciplinas de Saúde e Sociedade e Educação e Promoção da Saúde. Foi orientadora de Trabalhos de Conclusão de Curso da Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem (UFSC) e atuou na elaboração de material didático dos cursos de pós-graduação da Universidade Aberta do SUS (UNASUS/UFMA), bem como na tutoria do curso de Especialização em Saúde da Família e na orientação de elaboração dos Trabalhos de Conclusão de Curso.

Foi diretora científica da Escola de Saúde Pública do Maranhão, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde, e integrou o Comité de Ética do Hospital Carlos Macieira.

O estudo “Propriedades psicométricas da escala de satisfação com a atenção hospitalar para o parto: pesquisa Nascer no Brasil”, coordenado pela pesquisadora Dayana Dourado de Oliveira Costa, teve como objetivo analisar as propriedades psicométricas dessa escala, utilizando o método estatístico de Análise de Equações Estruturais. Os dados são da pesquisa Nascer no Brasil, um inquérito nacional com amostra randomizada, que avaliou partos vaginais e cesarianos, ocorridos em hospitais públicos e privados em todo o território nacional. O trabalho, vencedor do Prêmio FAPEMA 2019 – Terezinha Rêgo na categoria Tese de doutorado, contou ainda com as participações das pesquisadoras Valdinar Sousa Ribeiro e Marizélia Rodrigues Costa Ribeiro.

“A escala de satisfação com a atenção hospitalar para o parto objetiva avaliar a qualidade dos serviços de atenção ao parto ofertados no Brasil, a partir da percepção das mulheres”, explica Dayana Costa. O trabalho de pesquisa envolveu mais de 16 mil mulheres. “No total da amostra, mais de 75% responderam ‘muito bom’ ou ‘bom’ em relação ao tempo passado de casa até a maternidade, tempo para ser atendido no hospital, respeito, privacidade, clareza de explicações e possibilidade de perguntar aos profissionais de saúde sobre o curso de trabalho de parto e parto”, conta Dayana. “O mesmo conceito foi obtido pelos itens de satisfação geral com o parto, cuidados pós-parto e cuidados com o recém-nascido”, complementou. 

“Aproximadamente 95% das mulheres responderam que não sofreram maus tratos ou qualquer outro tipo de abuso / violência pelos profissionais de saúde”, prosseguiu.

Como resultado do trabalho, Dayana Costa assegura que é possível afirmar que se tem instrumento capaz de medir a satisfação materna com o parto e analisar aspectos importantes para a melhoria da qualidade do atendimento ao parto para utilização em todo o Brasil. “É possível avaliar a assistência ao parto realizado no serviço público ou privado, seja ele vaginal ou cesariano”, destacou.

Dayana destacou o Prêmio FAPEMA como uma importante iniciativa do Governo do Estado ao ofertar oportunidade aos pesquisadores e incentivar a pesquisa e a inovação científica e tecnológica no nosso estado. “Muita gratidão por esta oportunidade”, disse.

Metologia

Entre fevereiro de 2011 e outubro de 2012, as gestantes, durante a admissão hospitalar, foram entrevistadas e os dados foram extraídos dos prontuários. “No primeiro acompanhamento, realizado de março de 2011 a fevereiro de 2013, as participantes foram contatadas por telefone até seis meses após o parto. E a análise da escala foi realizada em 2017-2018, culminando na publicação do artigo nos Cadernos de Saúde Pública e na defesa do meu doutoramento”, conta a pesquisadora.

O projeto de pesquisa “Pesquisa Nacional sobre Parto e Nascimento no Brasil” – Nascer no Brasil foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Departamento de Ciência e Tecnologia, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Ministério da Saúde; Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca), Fundação Oswaldo Cruz (Fundação Oswaldo Cruz – Projeto INOVA); e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro ( (FAPERJ).  

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