Cindy Lima Pereira
Graduanda em Farmácia pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Pesquisadora do Laboratório de Processamento da Informação Biológica (PIB/UFMA, foi voluntária e, atualmente, é bolsista de Iniciação Científica pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Membro colaboradora, em projetos de pesquisa, com ênfase em fatores de risco associados ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como “Predição da Doença Renal Crônica utilizando Redes Neurais Artificiais” e “Detecção do Risco Cardiometabólico em adolescentes através de Sistemas Computacionais Inteligentes”
Com pesquisa que tem foco na prevenção e diagnóstico precoce da Doença Renal Crônica (DRC), a pesquisadora Cindy Lima Pereira, graduanda em Farmácia pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), concorreu ao edital nº 12/ Prêmio Fapema 2019 – Terezinha Rêgo, na categoria Jovem Cientista e foi uma das premiadas na edição.
De acordo com Cindy Pereira, o trabalho consistiu em estudar uma patologia crônica silenciosa que tem como consequência o declínio na qualidade de vida de seus portadores, além de alto custo para o Sistema Único de Saúde (SUS) se não for diagnosticada nos primeiros estágios. A pesquisa é uma das linhas de trabalho do Laboratório de Processamento da Informação Biológica (PIB) coordenado pelos professores, Allan Kardec Barros (UFMA) e Ewaldo Eder Carvalho Santana da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
“O projeto também busca o desenvolvimento de pesquisas de cunho interdisciplinar fortalecendo as pesquisas voltadas para bioinformática no Maranhão, além de auxiliar na formação de recursos humanos qualificados em diversos níveis”, ressaltou. “Ele propicia o fortalecimento de políticas públicas do estado do Maranhão para prevenção e promoção do diagnóstico precoce das doenças crônicas não transmissíveis, evitando dessa forma sua progressão“, prosseguiu.
Cindy destacou que o delineamento da pesquisa também contou com a colaboração da professora Nilviane Pires (Instituto Florence) e das médicas Erika Carneiro e Karina Fook (Centro de Prevenção a Doença Renal), ambas do Hospital Universitário da UFMA. “As linhas de pesquisa desenvolvidas no PIB têm foco na análise de sinais biológicos e de imagens médicas e no desenvolvimento de equipamentos portáteis e métodos de triagem de baixo custo para auxiliar no diagnóstico médico“, disse a pesquisadora.
“Inicialmente desenvolvemos um aplicativo para triagem de Doença Renal Oculta, baseado no questionário Screening for Ocult Renal Disease validado para língua portuguesa”, pontuou Cindy Pereira. “O uso da tecnologia mobile foi eficiente, principalmente na predição de doenças crônicas de forma mais efetiva, já que é capaz de abranger populações de diversas localidades incluindo locais remotos“, complementou.
Conforme a pesquisadora, o estudo iniciou suas atividades no ano de 2017 atendendo pacientes do Centro de Prevenção às Doenças Renais, bem como, seus familiares. Foram ofertados serviços como avaliação da composição corporal, realização de exames bioquímicos como glicemia e creatinina, acompanhamento nutricional e farmacêutico, dentre outros serviços. Ela enfatiza que os pesquisadores também fizeram mais de 1.800 atendimentos em ações de cunho social para prevenção e promoção a saúde em ambientes públicos como shoppings e escolas.
Próximos passos
A próxima etapa do estudo é a de desenvolver um método computacional que preveja a doença renal através de indicadores não invasivos. De acordo com Cindy Pereira, a pesquisa está baseada na utilização de métodos de aprendizado de máquina (inteligência artificial) para implementação de modelos e, posteriormente, os mesmos serão utilizados em dispositivos mobiles. O aplicativo (app) em questão foi desenvolvido no programa Android Studio®. Para a avaliação de seu desempenho na triagem da doença renal, utilizaram dados de participantes oriundos de hospital de referência ao tratamento da doença renal crônica. “Obtivemos alta sensibilidade (85%) na triagem dos doentes renais através do aplicativo. Assim, o app mostrou-se eficiente na triagem de pacientes com doença renal, com alta sensibilidade“, enfatizou.
Cindy Pereira ressalta, ainda, que o uso da ferramenta, principalmente na atenção primária, acelera o processo de diagnóstico da doença renal, já que o app não precisa de acesso à internet para uso. Ela destaca que ele também é sustentável, uma vez que elimina o uso do papel durante a aplicação do questionário. No Maranhão, o uso do app também poderá auxiliar na diminuição de gastos com tratamento da DRC.