Matéria conquista Prêmio FAPEMA na categoria Jornalismo Científico
Rafael Cardoso Souza
Graduado em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Experiência em Assessoria de Comunicação e colaboração no Site Esportivo “Futebol Maranhão”.
Atuou no Núcleo de Produção do Telejornalismo da TV Mirante, afiliada da Globo no Maranhão. Foi produtor do JMTV 1ª edição e do JMTV 2ª edição, além das funções de edição, gravação de reportagens, coordenação de links ao vivo e a apuração de notícias.
Foi repórter e apresentador do programa “Interação Ciência”, na TV UFMA.
É redator e repórter no Portal G1 MA e apresentado do G1 em 1 Minuto Maranhão na TV Mirante.
A vastidão verdejante da floresta amazônica é mais do que um cartão-postal das belezas naturais do Brasil. Ela é uma das maiores responsáveis pela regulação do clima de todo o planeta e abriga uma infinidade de espécies de plantas e animais, muitas, inclusive, exclusivas desse bioma. Por conta dessa importância, o desmatamento e a redução do território da floresta que acontece, gradativamente, há décadas é uma ameaça para a biodiversidade e uma das principais causas do aquecimento global.
O mais grave é o fato de ser quase impossível recuperar o que já foi perdido. Uma grande parte do dano sofrido pela floresta é irreversível e, por isso, é cada vez mais urgente que se desenvolvam estratégias para frear o desmatamento e preservar o que ainda resta. A coleta de dados acerca do tema é fundamental para amparar políticas públicas efetivas e a divulgação desses dados é uma estratégia para informar e conscientizar a opinião pública.
Quando se fala em difusão de conhecimento científico, a mídia ocupa uma posição de destaque e desempenha um papel crucial através do jornalismo científico, que é uma das principais pontes entre o conhecimento acadêmico e a sociedade. O alcance da imprensa em todos os seus formatos (impresso, web, rádio e tv) garante que a informação chegue a atores políticos e econômicos, estimula a elaboração de políticas públicas e a implementação de práticas sustentáveis na iniciativa privada. Além disso, reportagens que tratam de temas de interesse público possuem um grande potencial de incentivar a mobilização da opinião pública, o que é fundamental para pressionar tanto entidades públicas quanto privadas.
Entendendo a importância da imprensa como parte integrante do ecossistema de ciência, tecnologia e inovação, o Prêmio FAPEMA possui, desde a sua primeira edição, uma categoria direcionada ao jornalismo científico. Na edição de 2023, Rafael Cardoso Souza foi o grande vencedor com reportagem alusiva ao Dia da Amazônia e que divulgou dados atualizados sobre o desmatamento na região da floresta que se encontra no território maranhense.
A reportagem registra que a região abriga 55 animais que correm risco de extinção. Foto: G1/ICMBIO
Publicada no G1, portal de notícias virtual associado à Rede Globo de Jornalismo, a reportagem “Dia da Amazônia: o desafio de preservar o pouco que ainda resta da floresta no Maranhão” cumpre o objetivo de chamar a atenção acerca da gravidade do problema desde a redação do título, tendo em vista que a área da floresta no estado reduziu 76% nos últimos 30 anos.
Para entender a situação da floresta, Rafael buscou fontes públicas de dados e entrou em contato com pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Rafael consultou o Mapbiomas (projeto colaborativo que produz mapas anuais de diferentes classes de cobertura da terra, como florestas, e áreas agrícolas) e cientistas de áreas como geografia e biologia para obter um panorama completo sobre a extensão da floresta que ainda existe, o nível de desmatamento e as consequências para o ecossistema.
Por meio da apuração em fontes especializadas, a reportagem divulgou dados sobre os 25 municípios maranhenses com maiores taxas de desmatamento, além de informações acerca do número de espécies com risco de extinção com a redução do habitat: 16 mamíferos, 27 aves e 12 peixes. A reportagem também destaca a importância de iniciativas de preservação e a responsabilidade dos povos tradicionais com o bioma, já que 85% do território florestal com vegetação nativa se encontra localizada em áreas indígenas e unidades de conservação de proteção integral.
Para Rafael Cardozo, divulgar esses dados é uma forma de aliar a divulgação de um conhecimento de interesse público com a valorização dos nossos profissionais da ciência. “A amazônia é um grande bioma e possui uma importância crucial para o controle do clima e preservação da biodiversidade e o nosso estado possui grandes pesquisadores que desenvolvem estudos sobre a floresta. Além de colocar a sustentabilidade em pauta, é importante escrever matérias como essa para divulgar o trabalho dos cientistas”, explica Rafael.
De acordo com o jornalista, a conquista do prêmio é uma grande honra. Ele também parabenizou a Fundação por destinar uma categoria do Oscar da Ciência para reconhecer o trabalho de comunicadores. “É um reconhecimento que a Fapema concede aos jornalistas e ao jornalismo científico, que é uma área que poucos profissionais se interessam em produzir, mas que é muito importante para divulgar o conhecimento acadêmico para a sociedade”, finaliza.