Revista Inovação FAPEMA

EXTRATO DE MELOSA CONTRA O AEDES AEGYPTI

A descoberta maranhense é inédita na literatura científica

Dizygostemon riparium ou “melosa” foi descoberta em 2011 no município de São Benedito do Rio Preto

Suzi Morais Aires Martins

Mestre em Química Ambiental (Instituto Federal do Maranhão/IFMA) e Licenciatura em Química (pela Universidade Federal do Maranhão/UFMA). Foi professora substituta do IFMA Campus Codó. Experiência na área de Química Orgânica, com ênfase em testes biológicos, atuando principalmente nos temas: extratos vegetais, óleos essenciais, avaliação larvicida e avaliação toxicológica.  Desenvolve pesquisas que avaliam atividades biológicas em óleos essenciais. É integrante dos seguintes grupos de pesquisa: Plantas e Micro-organismos (GPPMi); Biomassas; Alimentos, Química, Agronomia e Recursos Hídricos (AQARH); Pesquisa e Extensão em Manejo de Solo e Água

Um estudo realizado pela pesquisadora Suzi Morais Aires Martins, durante o curso de mestrado em Química do Instituto Federal do Maranhão (IFMA),  revelou que extratos de Dizygostemon riparius, Plantaginaceae, (planta conhecida popularmente como melosa) apresentam atividade larvicida contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. O estudo, que venceu o Prêmio FAPEMA 2024, na categoria Dissertação de Mestrado na área de Ciências Exatas e Engenharias, abre caminho para novas alternativas biotecnológicas no controle do vetor dessas doenças.

O objetivo da pesquisa foi analisar a composição química dos extratos da melosa e testar sua eficácia contra as larvas do Aedes aegypti. Para isso, foram coletadas folhas e raízes da planta, que passaram por um rigoroso processo de extração e análise química. Utilizando técnicas de cromatografia e espectrometria de massa, os cientistas conseguiram identificar quatorze substâncias, entre elas flavonoides glicogenados e ácidos fenólicos, compostos conhecidos por sua ampla atividade biológica.

“Esse estudo reforça a importância de explorar os recursos naturais da nossa biodiversidade em busca de soluções inovadoras para problemas de saúde pública”, afirmou Suzi Morais Aires Martins que teve a orientação da professora Kiany Cavalcante, doutora em Química. 

O reconhecimento da pesquisa com o Prêmio FAPEMA, segundo Suzi Martins, reforça a importância do investimento em ciência e tecnologia para encontrar soluções inovadoras para problemas de saúde pública. Com mais estudos e desenvolvimento, os compostos identificados podem levar à criação de novos produtos para o controle do vetor, beneficiando toda a sociedade.

Um aliado contra o mosquito

O grande destaque do estudo foi a descoberta de que o extrato acetato de etila da planta apresentou atividade larvicida, ou seja, foi capaz de eliminar as larvas do Aedes aegypti. Esse achado é inédito na literatura científica e indica que a melosa pode se tornar uma fonte natural de substâncias para o desenvolvimento de novos bioinseticidas.

O estudo revelou a atividade larvicida da melosa contra o mosquito transmissor da dengue

O reconhecimento da pesquisa com o Prêmio FAPEMA reforça a importância do investimento em ciência e tecnologia para encontrar soluções inovadoras para problemas de saúde pública. Com mais estudos e desenvolvimento, os compostos identificados podem levar à criação de novos produtos para o controle do vetor, beneficiando toda a sociedade.

A dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti são um problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo. O uso de produtos naturais, como os extratos dessa planta, representa uma alternativa promissora e mais sustentável aos inseticidas químicos tradicionais, que podem causar impactos ambientais e favorecer o surgimento de mosquitos resistentes.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *