A descoberta maranhense é inédita na literatura científica

Suzi Morais Aires Martins
Mestre em Química Ambiental (Instituto Federal do Maranhão/IFMA) e Licenciatura em Química (pela Universidade Federal do Maranhão/UFMA). Foi professora substituta do IFMA Campus Codó. Experiência na área de Química Orgânica, com ênfase em testes biológicos, atuando principalmente nos temas: extratos vegetais, óleos essenciais, avaliação larvicida e avaliação toxicológica. Desenvolve pesquisas que avaliam atividades biológicas em óleos essenciais. É integrante dos seguintes grupos de pesquisa: Plantas e Micro-organismos (GPPMi); Biomassas; Alimentos, Química, Agronomia e Recursos Hídricos (AQARH); Pesquisa e Extensão em Manejo de Solo e Água
Um estudo realizado pela pesquisadora Suzi Morais Aires Martins, durante o curso de mestrado em Química do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), revelou que extratos de Dizygostemon riparius, Plantaginaceae, (planta conhecida popularmente como melosa) apresentam atividade larvicida contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. O estudo, que venceu o Prêmio FAPEMA 2024, na categoria Dissertação de Mestrado na área de Ciências Exatas e Engenharias, abre caminho para novas alternativas biotecnológicas no controle do vetor dessas doenças.
O objetivo da pesquisa foi analisar a composição química dos extratos da melosa e testar sua eficácia contra as larvas do Aedes aegypti. Para isso, foram coletadas folhas e raízes da planta, que passaram por um rigoroso processo de extração e análise química. Utilizando técnicas de cromatografia e espectrometria de massa, os cientistas conseguiram identificar quatorze substâncias, entre elas flavonoides glicogenados e ácidos fenólicos, compostos conhecidos por sua ampla atividade biológica.
“Esse estudo reforça a importância de explorar os recursos naturais da nossa biodiversidade em busca de soluções inovadoras para problemas de saúde pública”, afirmou Suzi Morais Aires Martins que teve a orientação da professora Kiany Cavalcante, doutora em Química.
O reconhecimento da pesquisa com o Prêmio FAPEMA, segundo Suzi Martins, reforça a importância do investimento em ciência e tecnologia para encontrar soluções inovadoras para problemas de saúde pública. Com mais estudos e desenvolvimento, os compostos identificados podem levar à criação de novos produtos para o controle do vetor, beneficiando toda a sociedade.
Um aliado contra o mosquito
O grande destaque do estudo foi a descoberta de que o extrato acetato de etila da planta apresentou atividade larvicida, ou seja, foi capaz de eliminar as larvas do Aedes aegypti. Esse achado é inédito na literatura científica e indica que a melosa pode se tornar uma fonte natural de substâncias para o desenvolvimento de novos bioinseticidas.

O reconhecimento da pesquisa com o Prêmio FAPEMA reforça a importância do investimento em ciência e tecnologia para encontrar soluções inovadoras para problemas de saúde pública. Com mais estudos e desenvolvimento, os compostos identificados podem levar à criação de novos produtos para o controle do vetor, beneficiando toda a sociedade.
A dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti são um problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo. O uso de produtos naturais, como os extratos dessa planta, representa uma alternativa promissora e mais sustentável aos inseticidas químicos tradicionais, que podem causar impactos ambientais e favorecer o surgimento de mosquitos resistentes.