O Prêmio FAPEMA evidencia, há 15 anos, a produção científica no estado do Maranhão e reconhece os seus atores. São os pesquisadores que encaram, nessa estrada histórica, o desafio de desenvolver soluções, utilizando as ferramentas disponíveis para fazer ciência.

“Mas fazer pesquisa no Brasil, vale a pena?” Esse foi o questionamento feito, numa emissora de rádio, ao presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), André Santos, no dia anterior à realização do Prêmio do ano passado.

O número recorde de inscrições na 15º edição do Prêmio, em 2019, foi um dos elementos que embasaram a resposta do professor. “Fazer pesquisa sempre vale a pena e cada pesquisador homenageado é a confirmação dessa afirmação”, afirmou André Santos. Foram 381 propostas submetidas e aproximadamente R$ 200 mil reais distribuídos aos 50 vencedores do Prêmio Fapema Terezinha Rêgo.
Assim, o evento se consolidou como a maior premiação científica do Norte/Nordeste – uma grande celebração dos resultados significantes de professores, inventores, comunicadores e estudantes do Ensino Médio, Técnico, Graduação e Pós-Graduação – que já se notabilizou como o “Oscar da Ciência do Maranhão”.

A homenageada e suas soluções alternativas

A celebração da pesquisa, em 2019, aconteceu no dia 5 de dezembro no Teatro Arthur Azevedo, regida pela harmonia da Orquestra Jovem do Maranhão João do Vale, sob a direção do maestro Edson Cosmos. E, como foi estabelecido há três anos pela Fundação, o evento recebeu o nome de uma respeitada personalidade maranhense por seu relevante legado científico. A pesquisadora Terezinha Rêgo foi a homenageada especial. São 50 anos de luta pela valorização da fitoterapia e de investigações sobre o potencial terapêutico das plantas, que já lhe renderam o reconhecimento na China, Índia e Japão.

Na solenidade do Prêmio Fapema 2019, Terezinha, na voz de sua filha Tânia Rêgo, que leu o seu pronunciamento, ressaltou a importância do evento. “É a valorização da vontade de desenvolvimento de projetos que podem melhorar a vida em comunidade, o coletivo e o humano”, enfatizou.

A essência da Luffa operculata, conhecida como cabacinha, é um de seus trabalhos mais famosos e que ela teceu, ao longo de 20 anos, juntamente com a sua equipe. É utilizada no tratamento da sinusite, rinite alérgica e problemas na adenoide. Com essas e outras descobertas, a pesquisadora conseguiu tornar acessível o tratamento e benefícios proporcionados pela riqueza da flora maranhense.

Ciência de verdade

O trabalho de Terezinha Rêgo e dos demais pesquisadores maranhenses podem ser analisados tendo como analogia as quatro operações fundamentais da matemática.

Essas pessoas se destacam pela qualidade de deterem muito MAIS curiosidade para a realização de cada observação. É a partir dessa característica que se inicia o processo de investigação científica. Além disso, elas tem muito MAIS coragem para que outro importante elemento – um dos maiores princípios da ciência – seja encarado: a mutabilidade (que ocorre por influência do contexto histórico e do aumento da tecnologia disponível).

Estudiosos compartilham do consenso de que a ciência deve ser replicável e aberta às críticas. E isso só pode ser construído em conjunto, ou seja, com MENOS solidão, em meio à pluralidade. Assim, mais portas podem ser abertas para que alternativas com base no conhecimento científico sejam descobertas. E é dessa forma que os pesquisadores maranhenses se comportam.

Além disso, para que a ciência exista, de verdade, os questionamentos devem ser MULTIPLICADOS. Só assim, com a fusão de esforços bem direcionados para o mesmo propósito, os resultados dessa busca podem ser DIVIDIDOS com a sociedade.

Mas, assim como no processo químico chamado alotropia, em que “o mesmo elemento químico origina duas ou mais substâncias diferentes entre si”, a ciência pode ser utilizada para promover (ou não) o bem, como no histórico exemplo do princípio utilizado da energia nuclear e da bomba atômica.

Essa opção, pela bem social depende de como as mentes irão trabalhar com os conceitos e dos incentivos recebidos.

“Sejam luz !”

Foi com esse propósito, de incentivar, ainda, mais a produção científica em prol do bem social, que o Prêmio FAPEMA 2019 homenageou pesquisadores com o trófeu do reconhecimento de pesquisadores juniores, jovens cientistas, mestres, doutores, pesquisadores seniores, jornalistas e inovadores tecnológicos, além do reconhecimento popular da categoria Popvídeo Ciências e do Prêmio Homenagem Especial.

E como afirmou o presidente André Santos, ao final da solenidade, a Fapema é luz frente ao momento de trevas que a ciência se encontra em nosso país. “De modo semelhante, todos os pesquisadores também são luz, são como faróis que iluminam os barcos indicando o melhor caminho”, afirmou. “Vocês, agora, são como faróis que indicam o caminho de sucesso para os demais que fazem pesquisa em nosso estado”, prosseguiu. “Agora, vocês são referência e inspiração para os colegas da universidade e para os seus alunos e, portanto, sejam a luz e a orientação deles!”, finalizou.