Revista Inovação FAPEMA

UNINDO CAPACITAÇÃO TÉCNICA E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL, PROGRAMA IMPACTA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA NO MARANHÃO

O Programa de Gestão Aplicada (PGA) agilizou entrega de títulos e ampliou conhecimentos de profissionais experientes em diversas áreas

 

“Essa experiência prática foi enriquecedora”, enfatiza a engenheira agrônoma Maria Santina Xavier Filha, uma das 56 participantes do Programa de Gestão Aplicada (PGA) em Regularização Fundiária do Maranhão.

O programa vem transformando a realidade de profissionais experientes em várias áreas do conhecimento e também das comunidades da zona rural em diversos municípios maranhenses. Uma ação que está redefinindo os rumos da política fundiária no estado, ao mesmo tempo em que fortalece uma nova geração de gestores públicos, possibilitando atualização técnica, experiência prática e compromisso social.

O programa abriu oportunidade para que profissionais com experiência em áreas como Geografia, Direito, Agronomia, Administração, Engenharia, Comunicação e Serviço Social possam aprimorar seus conhecimentos e contribuir de forma efetiva com a gestão pública. O PGA oferece uma imersão completa nos processos de regularização fundiária. Executado pelo Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Maranhão (FAPEMA), a iniciativa se destaca por permitir aos profissionais vivenciarem de perto a realidade dos assentamentos, compreenderem os processos de regularização fundiária e colaborarem concretamente com a solução de problemas.

Para os participantes, o programa é uma oportunidade de aperfeiçoamento profissional e uma verdadeira escola prática de cidadania, gestão pública e transformação social.

A iniciativa consolida competências técnicas, amplia redes de relacionamento e prepara para atuar com excelência em diferentes instâncias da administração pública.

 Os profissionais atuam diretamente no mapeamento, georreferenciamento, análise documental e mediação de conflitos em comunidades rurais, atividades que antes enfrentavam gargalos burocráticos e falta de pessoal qualificado.

 Exemplo dos resultados concretos da iniciativa, Maria Santina confirma como é indispensável a integração entre teoria e prática. “Aplicamos nosso conhecimento científico à realidade das regiões e das comunidades. Ao criar este elo, o programa nos possibilita avanço na formação profissional e o aprimoramento das políticas públicas fundiárias”, enfatiza.

Na prática, ela realizou pesquisas, cruzamento de dados com órgãos diversos e análise de informações que geraram documentos técnicos para nortear assentamentos sobre culturas e criações mais apropriadas às suas demandas e condições locais.

“É a formação na prática, onde a teoria encontra o chão da realidade. Estou completamente preparada para continuar contribuindo com uma gestão pública mais eficiente”, afirma. Para o geógrafo e mestrando em Geografia, Wenderson Carlos Teixeira, a oportunidade foi transformadora. “O programa abriu minha mente e permitiu entender a fundo o cenário técnico da área de regularização fundiária, e como a precisão do georreferenciamento e a adequação às normas são indispensáveis.

Para além desses benefícios, ampliou minha visão sobre o papel social da minha profissão”, relata. Ele atuou no território São José, município de Paulino Neves, que teve como resultado a regularização de mais de 15 mil hectares, beneficiando diretamente 477 famílias com a titulação de terras.

“É gratificante saber que nosso trabalho impacta diretamente as pessoas, dando segurança jurídica e dignidade”, concluiu Wenderson Carlos. “O PGA foi muito enriquecedor e decisivo para minha formação profissional. A prática consolidou minhas habilidades técnicas e proporcionou uma atuação mais sensível e estratégica, voltada às reais necessidades do produtor. Destaco, ainda, a importância da integração entre teoria e prática nesse processo, que ampliou minha percepção sobre o papel do profissional agrônomo na promoção da agropecuária sustentável e eficiente’’, explica a engenheira agronôma, Rhafaela Aquino Rodrigues.

Ela acrescenta que o impacto direto do trabalho nas comunidades foi evidente, com fortalecimento das práticas de manejo e melhoramento do rebanho, com ganhos de produtividade e qualidade, além da ampliação do conhecimento técnico dos criadores. “Essa oportunidade possibilitou a união entre formação, pesquisa e extensão, permitindo que jovens profissionais contribuam ativamente para o desenvolvimento rural sustentável no estado”, afirma Rhafaela Rodrigues.

O Programa de Gestão Aplicada (PGA) mostra que apostar na formação continuada e na inovação traz resultados tangíveis. Neste caso, diversas comunidades com títulos de terra nas mãos, profissionais mais preparados e uma gestão que avança na redução das desigualdades sociais. Esta primeira edição encerrou em 31 de outubro e, em novembro, terá início a segunda edição do programa. Suporte e resultados Um dos pilares do sucesso do PGA está na articulação institucional, assegurando suporte financeiro e técnico, conectando profissionais, comunidades e órgãos públicos, e consolidando uma ampla rede de colaboração.

O resultado é uma gestão mais moderna, conectada com a realidade do território e com as demandas da população rural. Essa integração está criando uma nova cultura na gestão pública, mais colaborativa, eficiente e orientada a resultados. Além disso, promove a redução de custos operacionais e abre espaço para novos investimentos e ações em regularização fundiária.

O Maranhão já colhe frutos dessa política pública de inovação. Mais de 11,6 mil propriedades foram regularizadas, com participação direta dos profissionais do programa. O tempo médio para análise e emissão de títulos reduziu, e a gestão dos processos se tornou mais ágil, técnica e eficaz. A atuação multidisciplinar dos participantes, aliada ao suporte institucional, permitiu acelerar procedimentos e produzir conhecimento técnico aplicado.

O modelo de gestão e a metodologia desenvolvida pelo programa já inspiram outras instituições públicas do estado, como a Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Agerp). O órgão estuda replicar o modelo em seus processos internos, comprovando que investir na qualificação de profissionais e na modernização da gestão pública é uma estratégia de desenvolvimento regional.

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