Com movimentações que interligam os estados do Maranhão, Tocantins e Piauí, o Itaqui confirma sua relevância estratégica na economia destas regiões

Rodrigo Freitas Rodrigues
Mestrado em Energia e Ambiente pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) onde se graduou em Engenharia Química. Graduação sanduíche na University of Delaware (EUA). Pós-graduação em Logística Portuária e Direito Marítimo pela Faculdade de Tecnologia de Curitiba (FATEC). Profissional com mais de oito anos no mercado do petróleo e bioenergia, atua como Especialista de Logística na FS Fueling Sustainability, primeira produtora de etanol 100% a partir do milho do Brasil. Experiência em gestão de pessoas, resolução de conflitos, controle de custos e investimentos, atendimento a órgãos fiscalizadores e clientes, elaboração de indicadores de desempenho, controle de estoques, derivados de petróleo, biocombustíveis e sua logística.
O Porto do Itaqui, localizado em São Luís, vem se firmando como um dos principais hubs logísticos do Brasil, sobretudo na logística do transporte de combustíveis e grãos. Com movimentações que interligam diretamente os estados do Maranhão, Tocantins e Piauí, o Itaqui confirma sua relevância estratégica na economia destas regiões. Esse cenário serviu de base para a pesquisa ‘A importância do Porto do Itaqui como hub de combustíveis aos estados do Maranhão, Tocantins e Piauí’, fruto do mestrado em Energia e Ambiente da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), cursado pelo pesquisador Rodrigo Freitas Rodrigues. O trabalho destaca a competitividade do terminal portuário maranhense, que vai muito além de sua localização privilegiada.
As potencialidades do Porto do Itaqui estão diretamente relacionadas à sua eficiência multimodal, aponta o estudo. Isso permite uma integração fluída entre navios, ferrovias e rodovias. “O Itaqui é um elo logístico essencial para o Brasil central. Sua operação eficiente impacta diretamente no abastecimento e na economia de estados como Maranhão, Tocantins e Piauí”, afirma Rodrigo Freitas. O trabalho foi orientado pelo doutor em Química Analítica, Ulisses Nascimento.
Ele explica como sua pesquisa se insere no contexto de inovação do Porto do Itaqui. “A ideia foi destacar o papel do Porto do Itaqui como hub de combustíveis para estes estados e sua infraestrutura estratégica para a competitividade da região, no mercado nacional e até internacional. A proposta desta análise é contribuir com as ações de modernização desta infraestrutura e na busca de soluções inovadoras para os desafios do setor”, afirma o pesquisador.
A infraestrutura multimodal é o elemento que distingue o Porto do Itaqui de outras estruturas portuárias, sobretudo por contar com diversas conexões estratégicas. O porto tem uma ligação direta com a Transnordestina, que passa por sete estados do Nordeste, além da Estrada de Ferro Carajás (EFC), que liga São Luís, no Maranhão, a Carajás, no Pará. A Ferrovia Norte-Sul também estabelece uma conexão indireta com o Porto do Itaqui, através da cidade de Açailândia, no Maranhão, ampliando ainda mais o alcance logístico do terminal.
Além das ferrovias, o Porto do Itaqui está integrado a uma extensa rede de rodovias. Entre as principais vias de acesso estão as BR-135, BR-222, BR-316, BR-320, BR-226, BR-010 e a rodovia estadual MA-230, o que facilita o escoamento das mercadorias, tanto para o Maranhão quanto para os estados vizinhos. Com uma movimentação diversificada de cargas, o porto é um ponto focal para a economia regional e nacional. “Essa malha viária permite que o porto sirva como ponto de chegada e centro de redistribuição para uma vasta área do país”, observa o pesquisador.
Além dos combustíveis, o porto é ponto chave na movimentação de grãos – como soja e milho – e cargas gerais, incluindo fardos, caixas e sacos, além de granéis líquidos. Ou seja, o Itaqui tem papel indispensável na importação de combustíveis e exportação de produtos agrícolas, funcionando como uma verdadeira artéria de entrada e saída de mercadorias no país.
A localização geográfica é outro fator preponderante do Itaqui. Situado em área de águas profundas, permite o atracamento de navios de grande porte – o que o torna ainda mais competitivo no mercado internacional. “Poucos portos brasileiros possuem essa profundidade natural. Isso reduz custos operacionais e atrai maiores volumes de carga”, destaca o pesquisador.
O estudo também aponta para a importância de investimentos contínuos em infraestrutura e gestão para manter o Itaqui na vanguarda logística. “É preciso fortalecer a intermodalidade e assegurar que o porto continue sendo um vetor de desenvolvimento regional e nacional”, afirma.
Sua pesquisa, que foi vencedora do Prêmio Porto do Itaqui, é um exemplo de como o conhecimento acadêmico pode contribuir para gerar impacto direto em setores estratégicos da economia. “Sem dúvidas, o Porto do Itaqui se confirma como um dos maiores centros de movimentação de cargas do Brasil, destacando-se pela sua infraestrutura avançada e sua capacidade de integrar diferentes modos de transporte”, reitera.
O pesquisador avalia que o reconhecimento do estudo, por meio do Prêmio Porto do Itaqui, é mais um indicativo da relevância da pesquisa e do tema. “Há muito a ser explorado na interseção entre ciência, logística e desenvolvimento”, finaliza Rodrigo Feitas.