Revista Inovação FAPEMA

TRAJETÓRIA DE EXCELÊNCIA CONSOLIDA HISTÓRICO DA PROFESSORA MARIA DA GRAÇA FARIA

São décadas de contribuição ao ensino, à pesquisa e à formação docente no Maranhão

“A universidade pública tem o dever de ser inclusiva, crítica e transformadora”, afirma a pesquisadora Graça Faria

Maria da Graça Faria

Pós doutorado em Linguística (Universidade Federal do Ceará/UFC), onde obteve o doutorado e mestrado na mesma área.  É graduada em Direito e Letras (Universidade Federal do Maranhão/UFMA), onde exerce a docência como titular.

Membro do Grupo de Pesquisa Protexto (UFC) e do GT’s “Discurso e argumentação” e “Linguística Textual e Análise da Conversação” da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (ANPOLL). Coordenadora do Grupo de Pesquisa Estratégias e procedimentos de organização textual. Desenvolve pesquisas com produção acadêmica na área de Linguística Textual, com especial interesse nos temas de argumentação, metadiscurso, processos de referenciação e intertextualidade.

A carreira profissional  da professora Maria da Graça dos Santos Faria se confunde com a própria história do ensino de Língua Portuguesa e Literatura no Maranhão. Ela construiu uma trajetória acadêmico-científica, formatando uma carreira marcada por compromisso social, inovação pedagógica e dedicação científica. São mais de quatro décadas voltadas à formação de acadêmicos e ao desenvolvimento da Linguística. Um histórico que tem a parceria firme da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), reconhecendo e comprovando a relevância desta educadora que marca gerações.

Professora titular do Departamento de Letras da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Maria da Graça possui larga formação interdisciplinar. Possui graduação em Letras e em Direito, ambos pela UFMA, com mestrado, doutorado e pós-doutorado (2020) em Linguística pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Sua atuação na universidade teve início em 1981, como professora colaboradora, ministrando aulas em diversos cursos e programas. Consolidou-se por meio do ensino, da pesquisa, da extensão e da robusta atividade de produção acadêmica.

Com uma carreira fortemente ligada à formação de professores, ela ministrou aulas nos cursos de Letras, Pedagogia, História, Comunicação Social, Engenharia, Direito, Medicina e Matemática. Também atuou em programas de interiorização e em iniciativas como o Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) e o Programa de Mestrado Profissional para Professores da Educação Básica (PROEB), contribuindo para a graduação plena de professores da educação básica, em municípios como Alto Alegre do Pindaré, Santa Luzia do Tide e Bom Jardim. 

Um dos marcos de sua carreira foi a participação, em 1984, no Projeto Codó, ação voltada para qualificar professores leigos da zona rural, utilizando abordagem que valorizava os saberes locais. A professora Maria da Graça destacou esse momento como uma das experiências mais significativas da sua jornada na docência. “Nesse projeto, vimos que é possível ensinar o saber universal, sem desrespeitar a realidade cultural do aluno”, observa a professora.

O projeto deu origem ao livro ‘Participar para Melhor Questionar: I Encontro de Professores de Português do Maranhão da Rede de Ensino Público’, em 1989, ação que teve apoio do Departamento de Letras da UFMA. “A educação precisa partir das experiências concretas das pessoas para alçar voos mais altos”, enfatiza.

Além do ensino presencial, possui ampla jornada em atividades de extensão e formação continuada, sempre com o foco em melhorar a qualidade da educação pública. “Mesmo quando as condições eram adversas, eu acreditava que a formação de qualidade era possível. Cada município atendido foi uma semente plantada para o futuro do Maranhão”, afirma a professora.

Nesta trajetória, o apoio da FAPEMA tem sido um divisor de águas, contribuindo para a continuidade das suas pesquisas e produção científica. “A FAPEMA vem cumprido essa missão de ser o suporte indispensável a nós, pesquisadores, promovendo e valorizando o nosso trabalho. Muitos, iguais a mim, dialogam com as realidades locais, sem abrir mão do rigor teórico e da inovação metodológica. De forma exemplar e contínua, a Fundação investe na valorização de pesquisadores seniores que contribuíram – e seguem contribuindo – para o fortalecimento da ciência e da educação no estado. Esse apoio é muito importante para ampliarmos nossas linhas de atuação”, evidencia a professora Maria da Graça.

Perspectivas na Linguística Textual

Desde 2007, com ingresso na pós-graduação, Maria da Graça intensificou suas pesquisas na área de Linguística Textual, especialmente no contexto dos textos digitais e multimodais. Sua produção inclui artigos, capítulos e livros, além de inúmeras orientações de trabalhos de conclusão de curso e dissertações de mestrado. Um trabalho que conecta teoria linguística às práticas de leitura e produção textual no mundo contemporâneo.

Suas produções atuais se concentram nas novas formas de textualidade digital. Ela defende que a Linguística Textual precisa acompanhar a dinâmica dos gêneros que surgem e se transformam no ambiente digital, sendo esta, uma exigência da contemporaneidade que, em seu entendimento, não pode ser ignorada.

“Acredito que a universidade pública tem o dever de ser inclusiva, crítica e transformadora. E foi com esse ideal que construí minha caminhada, sempre com os pés no chão do Maranhão e os olhos voltados para o futuro da educação brasileira”, afirma a professora, que segue trilhando o caminho do conhecimento, consolidando seu legado para a ciência, a educação e a cultura maranhense.

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