Revista Inovação FAPEMA

PESQUISA DESCREVE NOVAS ESPÉCIES DE PARASITOS DE PEIXES

Estudo tem impactos na segurança alimentar, saúde pública e conservação ambiental

Foram analisados 236 peixes de importância comercial, dos quais 229 estavam parasitados

Augusto de Sousa Silva

Doutorado em Ciência Animal e mestrado em Recursos Aquáticos, ambos pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), onde se graduou em Engenharia de Pesca. Pesquisador no Laboratório de Parasitologia e Doenças Parasitárias dos Animais (UEMA) e no Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes (FIOCRUZ/RJ). Professor substituto no curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), membro do Grupo de Pesquisa Impactos Naturais e Antropogênicos na Zona Costeira Amazônica (UFMA) e consultor ad hoc da Fapema

Uma parceria com Marcia Cristina Nascimento Justo, doutora em Ciências Biológicas / Zoologia, vinculada ao Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi fundamental para a identificação de novas espécies no estudo conduzido por Augusto Leandro de Sousa Silva, no curso de doutorado em Ciência Animal da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). A pesquisa “Biodiversidade de parasitas de peixes de importância econômica comercializados na Ilha de São Luís” se destaca por suas implicações diretas na segurança alimentar, saúde pública e conservação ambiental.

Foram analisados 236 peixes de importância comercial, dos quais 229 estavam parasitados, totalizando 2.221 helmintos coletados. “Esse levantamento revelou uma elevada taxa de infecção, evidenciando a necessidade de maior atenção ao monitoramento sanitário do pescado comercializado”, avaliou a orientadora da pesquisa, Andrea Pereira da Costa,. O estudo também resultou na descrição de sete novas espécies de Monogenoidea (os parasitos mais significativos para a piscicultura). “É um avanço significativo para a taxonomia e biodiversidade parasitária de peixes neotropicais”, complementou Andrea..

Os resultados da pesquisa foram publicados em revistas científicas de alto impacto, e um terceiro artigo está em fase de redação, trazendo um inventário detalhado dos helmintos identificados nos peixes comercializados na Ilha de São Luís. “Esses achados colocam o Maranhão em evidência no cenário científico nacional e internacional e também estimulam novas investigações na região”, ressaltou Augusto.

A pesquisa tem um impacto significativo em três áreas principais: segurança alimentar, saúde pública e conservação ambiental. A identificação e o monitoramento de helmintos em peixes comercializados são fundamentais para garantir a qualidade dos produtos consumidos pela população. “Ao mapear a diversidade parasitária e sua distribuição nos peixes vendidos nos mercados de São Luís, o estudo fornece subsídios para ações de vigilância sanitária e estratégias para melhorar o controle de qualidade no setor pesqueiro”, explicou Augusto.

Andrea Pereira da Costa foi a orientadora a pesquisa,

Além disso, a escolha do nome para uma espécie – Cosmetocleithrum ludovicense -, em homenagem aos habitantes de São Luís, agrega um valor cultural à pesquisa, demonstrando o compromisso da ciência em reconhecer e valorizar a biodiversidade local. “Esses achados reforçam a necessidade de boas práticas na pesca e na aquicultura, promovendo a sustentabilidade e a valorização dos recursos naturais do Maranhão”, pontuou Augusto.

 Os próximos passos do estudo incluem a caracterização molecular dos novos parasitas e a investigação da relação ecológica entre helmintos e hospedeiros, com foco em níveis de infecção e impacto fisiológico nos peixes. “Esses avanços vão contribuirão para o monitoramento, controle sanitário e gestão sustentável dos recursos pesqueiros, beneficiando pescadores, consumidores e órgãos reguladores”, finalizou Andrea. 

O trabalho de Augusto foi agraciado com o Prêmio FAPEMA 2024 na categoria Tese de Doutorado na área de Ciências Agrárias, evidenciando sua relevância e impacto. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Maranhão (FAPEMA) desempenhou um papel fundamental na realização deste estudo. “Gostaria de expressar a minha imensa gratidão à FAPEMA que tem se mostrado um pilar fundamental para o avanço da ciência e da tecnologia em nosso estado, com seu incansável trabalho de apoio à pesquisa e à inovação”, concluiu Augusto.

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